O governador Silval Barbosa (PMDB) poderia ter uma campanha ao Senado pronta e com chances consideráveis de vitória se tivesse tirado do papel, logo no início, as dezenas de obras planejadas para Copa do Mundo.
A análise é do cientista político Louremberg Alves, que diz ainda que a equipe do peemedebista falhou na comunicação com a população no que diz respeitos aos prazos e transtornos que os empreendimentos poderiam causar.
Entre os principais equívocos na avaliação dele, está a informação de que o VLT seria uma obra para o Mundial. A afirmação, segundo o analista, gerou uma expectativa e culminou em uma frustração, já que está claro que o modal não ficará pronto a tempo dos jogos, muito menos até março, que era a previsão inicial.
Louremberg ressalta que Cuiabá nunca recebeu tantas obras como nestes últimos anos, ao lembrar as 56 intervenções possibilitadas pelos jogos de futebol. Para ele, o período é comparável aos anos entre 1938 a 1940, quando Júlio Muller foi nomeado interventor do Estado.
Naquele período, Muller trouxe os primeiros prédios, o Cine Teatro e construiu o colégio Liceu Cuiabano em Cuiabá, um marco para aquela época. “Fora esse período, não houve outro tão rico em quantidade de obras”, sustenta o analista.
Louremberg acredita que o governo Silval não foi eficiente na hora de tirar os projetos do papel e também aponta a transformação da Agecopa em Secopa como mais erro.
Para ele, o ideal teria sido criar um núcleo ligado à Casa Civil ou diretamente ao gabinete do governador. Com a medida, seriam economizados recursos e Silval teria um maior controle das ações.
Outro equivoco teria o sido a decisão de começar todas as obras de uma única vez, que acabou potencializado pela falta de comunicação com a população sobre a “imobilidade” que se causou na cidade. “O governo tinha que perceber que não é possível tocar todas as obras ao mesmo tempo”, diz.
Louremberg compara a situação à medida adotada pelo ex-prefeito de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB) de acabar com o Terminal de Integração Bispo Dom José. O tucano, aliás, também deixou o cargo para tentar uma candidatura. Disputou em 2010 o comando do Paiaguás e amargou um terceiro lugar.
O analista pondera que, no fim de 2012, o governo do Estado até tentou corrigir as falhas na comunicação com o público. Naquele período foi iniciada uma campanha que ressaltava as melhorias que as obras da Copa trariam e como estava a situação de cada uma delas. No entanto, para Louremberg, o Paiaguás não deu continuidade às ações, medida que, em sua avaliação, pode gerar desgastes e atrapalhar os planos de Silval de se candidatar ao senado.
MT INTEGRADO
Para Louremberg, Silval continua a cometer uma falha na comunicação, desta vez, com as obras do MT Integrado. O programa, para o analista, poderia ser usado para compensar o “abandono” vivido pelo interior do Estado devido à destinação de 30% dos recursos do Fethab às obras da Copa.