ILustração

 

Indícios de irregularidades em licitações da prefeitura de Cuiabá estão sendo apurados por uma equipe de auditoria do município. Segundo o prefeito Mauro Mendes (PSB), empresas estariam formando cartéis para concorrer aos processos licitatórios e, desse modo, os vencedores seriam sempre os mesmos, sem concorrência justa e sem abrir espaço para que outras empresas se disponham a prestar o serviço.

Contudo, ele disse que não iria adiantar a finalidade das licitações que teriam sido supostamente fraudadas. "Para tudo é preciso licitação na administração pública, então é preciso que seja algo sério e sem nenhuma irregularidade. Na semana que vem, vamos denunciar pessoas que tentam fraudar licitações no município", declarou o prefeito.

O resultado do relatório acerca das supostas irregularidades deve ser entregue aos órgãos de controle, entre eles Ministério Público Estadual (MPE), para que os supostos responsáveis pela fraude sejam responsabilizados. O problema foi citado pelo prefeito na sexta-feira (11), dia de paralisação em 110 prefeituras mato-grossenses.

Na ocasião, ele destacou a série de dificuldades enfrentadas pelo município diante da falta de recursos para investimentos em setores essenciais, principalmente na saúde. "Teremos mais duas Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs), totalizando quatro, mas não temos condições de colocar para funcionar, pois não temos recursos", disse, se referindo ao percentual repassado pelo governo federal aos municípios. Se não houver melhor divisão da receita, na avaliação do prefeito da capital, os municípios só terão condições de custear a folha de pagamento.

Sobre os investimentos nas obras a Copa do Mundo na capital, Mendes disse que a prioridade dele, enquanto prefeito, são os moradores e não os turistas. "Vamos nos esforçar para a Copa, mas estou preocupado com o povo e não com os turistas que vêm aqui e vão embora logo", declarou.

FANTASMAS

Além da suspeita de irregularidades em licitações, uma auditoria, cujo resultado foi divulgado em fevereiro deste ano pela prefeitura, identificou a existência de servidores mortos que receberam salário como se tivessem executando devidamente suas funções. Pelo menos seis servidores já falecidos foram constatados na folha de pagamento e dois deles teriam recebido salários irregulares, com valor total de R$ 14,1 mil pago pela administração. Os pagamentos foram feitos entre 2011 e 2012.