Deputado de MT chama Mandetta de vagabundo e ministro do STF de lobista

 

Um dos principais aliados do presidente Jair Bolsonaro na Câmara Federal, o deputado federal Nelson Barbudo (PSL), em entrevista à Rádio Capital FM na manhã desta quarta-feira (5), criticou duramente o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM). Nesta terça-feira, Mandetta prestou depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado, que investiga ações e omissões de autoridades no enfrentamento da pandemia, e criticou a postura do presidente frente à maior crise sanitária do país. 

Nas críticas ao ex-ministro, o deputado mato-grossense ainda levantou suspeitas sobre os números da Covid no país. “A CPI foi montada para um plano descarado prejudicar o nosso presidente Jair Bolsonaro. Só que eles não contavam que seriam incluídos Estados e municípios. Depois que foram anunciados que os governadores e prefeitos seriam investigados, a curva da Covid desceu absurdamente. Está sobrando leito. É risível. Isso aí prova mais uma vez que Mandetta é um desertor do Governo porque quem abandona o seu Exército é covarde. Ninguém queria Mandetta no Ministério da Saúde”, disse.

Na sequência, o parlamentar xingou o ex-chefe do Ministério da Saúde. “O Mandetta é um mentiroso. Devia estar preso porque não pode mentir em CPI. Ele mentiu em várias perguntas e negou que falou para as pessoas voltarem para casa e procurarem o hospital só quando sentissem falta de ar. Na CPI, foi descarado, para não chamar de vagabundo, um criminoso”, completou o parlamentar.

STF

Nelson Barbudo também detonou o minitro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. Segundo ele, o membro da Suprema Corte barrou os trabalhos na Ferrogrão "por motivos escusos".

A Ferrogrão é uma ferrovia que liga o município de Sinop, no norte do Estado, ao Porto de Miritituba no Pará. A ferrovia foi projetada para escoar a produção agrícola de forma mais rápida e deve custar R$ 21,5 bilhões aos cofres públicos.

Em março, o ministro Alexandre de Moraes, suspendeu o andamento da ferrovia após a revogação a Lei 13.452/2017, que teve origem na Medida Provisória 758/2016, que alterou os limites da obra e excluiu 862 hectares do Parque Nacional do Jamanxim, no Pará.  “O ministro Alexandre de Moraes é lobista com todo respeito ao ministro e com todo o respeito ao STF. As atitudes das pessoas que se vestem da toga dão margem para que nós possamos falar que trabalham com motivos escusos. As atitudes do ministro são no mínimo arbitrárias. Eu não consigo provar que ele é lobista, mas sabemos porque ele barrou a Ferrogrão. Eu não posso revelar, mas as entranhas do Poder sabem”, declarou Barbudo.

O deputado ainda disse que o projeto que facilita a concessão de licenciamento ambiental no Brasil está para ser votado na Câmara. O relator do projeto é deputado Neri Geller (PP). “Pode ter algum problema, mas no máximo até semana que vem será votado. Nós estamos mudando completamente as regras do jogo. Hoje, por exemplo, se a Prefeitura quiser construir uma ponte de um bairro a outro não consegue. A burocracia é demais”, disse.