Deputado denuncia "eleição da sacanagem" e ameaça deixar União, em MT

 

Visivelmente irritado, o deputado Júlio Campos (União) classificou a eleição do diretório estadual de seu partido, prevista para ocorrer no próximo domingo (30) como "fraude, tramoia” e sacanagem”. Em conversa com jornalistas nesta quarta-feira (26), o cacique disse que o “pau vai quebrar” na reunião e, caso a eleição interna ocorra na calada, sigla deverá liberar os correligionários.

Nos bastidores, se comenta que o governador Mauro Mendes deve assumir a presidência estadual do União Brasil no lugar do deputado federal Fábio Garcia, que pretende ser candidato a prefeito de Cuiabá. “Não concordo. Isso não vai ocorrer. Isso é sacanagem. Ele elegemos apenas 22 diretórios municipais e os 120 que não tem? Isso ai é fraude. Se isso ocorrer, ele tem que liberar para sairmos do partido. Tomei conhecimento depois que liguei para o Fábio Garcia e ele confirmou essa ideia. Na reunião de sexta-feira, o pau vai quebrar se isso ocorrer”, afirmou o legislador.

O União Brasil realizará na manhã do próximo domingo, a eleição para o novo diretório estadual. O deputado federal Fábio Garcia deverá deixar a presidência da legenda pelo fato de ser pré-candidato a prefeito de Cuiabá e travar uma disputa interna pela vaga com o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, deputado estadual Eduardo Botelho (União).

A tendência é que o governador Mauro Mendes assuma a presidência da legenda no Estado. Campos afirmou que não tem nada contra o nome de Mendes.

No entanto, rechaçou a maneira "sigilosa e secreta" de como a eleição foi definida. “Ele tem condições se ele quiser como cidadão, eleitor ou filiado, mas não tem tempo para falar com senador que vive em Brasília, como que vai viajar pro interior toda semana organizando o partido? Nós precisamos organizá-lo em 120 municípios. Só uma pessoa desprendida ou os deputados”, receitou.

O deputado disse também que ficou sabendo somente por meio da imprensa e ressaltou que o combinado com a Executiva Nacional foi outro há dois meses. “O que foi combinado é que cada deputado iria escolher 30 cidades onde ele tinha lideranças e montar um novo diretório municipal. Isso foi combinado há dois meses. Agora, na calada da noite, inventam essa de querer fazer o diretório com apenas 22 municípios? É muita falta de respeito com a bancada estadual”, opinou. 

Por fim, o "ex-tudo" de Mato Grosso não descarta deixar o União por ter se sentido desrespeitado. “Como que você vai ficar num partido que na calada da noite resolve fazer um diretório regional? Se a maior base do partido são os deputado? Quem faz politica o dia inteiro são os deputados”, comentoi.

Vale lembrar que outros membros da sigla já demostraram insatisfação com a cúpula nacional do União Brasil, como senador Jayme Campos e o deputado Eduardo Botelho, que cada vez mais se aproxima do ministro da Agricultura e senador licenciado Carlos Fávaro (PSD). A tendência é que os irmãos liderem uma debandada na legenda.