Deputados detonam colega por "politicagem" com invasores em Cuiabá

 

A deputada Janaína Riva (MDB) e o vice-líder do Governo na Assembleia Legislativa (ALMT), deputado Dilmar dal Bosco (UB), avaliaram como 'politicagem' o uso da desapropriação de famílias da área denominada 'Brasil 21', na região do Contorno Leste, em Cuiabá. Uma Câmara Setorial Temática (CST) foi instalada e vai discutir políticas públicas para habitação popular.

O requerimento foi apresentado pelo deputado Wilson Santos (PSD) que na segunda-feira (11) esteve no local da 'grilagem' durante o cumprimento da ordem de desapropriação das pessoas da área determinada pela pela Justiça em favor da empresa Ávida Construtora. Ele foi, inclusive, atingido por uma bala de borracha durante um confronto entre a Polícia Militar e 'grileiros'.

"Acho muito ruim a gente fomentar essa esperança nessas pessoas porque ali tem muita gente que investiu tudo que tem. O que podemos fazer é tentar contemplar essas pessoas com as formas legais, mas jamais apoiar invasão. Cabe à Assembleia fazer interlocução junto ao Governo e tentar abrigar essas pessoas em uma condição melhor, algo mais humano, para quem precisa de fato", pontuou a deputada. Wilson Santos chegou a publicar em suas redes sociais um suposto suicídio de uma moradora.

Contudo, a informação foi negada pela associação Brasil sem Teto. Além disso, disse aos desabrigados que participou de uma mesa de negociação junto ao deputado Valdir Barranco (PT), a MT Par, a ex-deputada federal Rosa Neide, o vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos), além do dono da área ocupada. Ele afirmou que Pivetta sinalizou que o estado teria dinheiro em caixa e crédito para subsídio na compra de terrenos ou imóveis por parte dos contribuintes.

Em seguida, a MT Par também negou a informação. "Seria um sonho, seria ótimo e resolveria o problema? Sim, mas não é assim que funciona. Os deputados que querem ajudar tem que trabalhar para gente melhorar o orçamento e o Estado ajudar nesse sentido", enfatizou Riva.

Vice-líder do Governo, o deputado Dilmar Dal Bosco foi mais 'direto' e chamou toda a ação de 'populista'. "Populismo ou politicagem. A assembleia não tem prerrogativa de falar ou obrigar o Governo a comprar área. Qualquer mensagem tem que vir do governo. Tá sendo respeitado o que foi definido pelos órgãos jurídicos, lá atrás poderia ter feito uma comissão para debates,  mas não fazer um projeto de lei. Eu não gostaria de ver ninguém sendo despejado, mas temos que respeitar o direito de propriedade", concluiu.