Em carta, Cidadania manda vereador de Cuiabá deixar partido por defender ideias de Bolsonaro

 

O presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, encaminhou na tarde desta quinta-feira (26), uma carta aberta ao vereador tenente-coronel da Polícia Militar, Marcos Paccola, convidando o parlamentar a se retirar do partido. De acordo com a carta, a motivação da saída seria porque o vereador defende e compactua com as ações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), como os ataques contra o Supremo Tribunal Federal (STF), que vão contra os princípios da legenda.

“Nos causou espécie ver um dos nossos correligionários sair em defesa de teses tão estapafúrdias quanto antidemocráticas em apoio a um presidente que não tem feito outra coisa a não ser buscar uma ruptura institucional que lhe permita justamente cassar as liberdades constitucionais que você diz defender. Incluindo aí as de reunião e manifestação que lhe permitiram ir à rua pregar o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) - uma evidente afronta à lei que você, como policial, deveria proteger”, diz trecho.

No documento, Freire deixou claro que não há ameaça socialista argumentando que quem estaria ‘destruindo’ a credibilidade internacional e a economia brasileira, com ataques às instituições, é o próprio presidente. Além disso, destacou que nenhum direito de liberdade está sendo ameaçado, citando um vídeo que o vereador publicou em suas redes sociais contra o STF. O presidente também defendeu que o trabalho do Supremo deve ser apoiado.

Por fim, o presidente acrescentou que o Cidadania se contrapõe as atitudes do presidente e convidou o parlamentar a se retirar do partido para que procure outra legenda que seja adequada aos seus ideais. “Somos um partido que se contrapõe a tudo isso. Defendemos a democracia e as instituições republicanas, as liberdades individuais, a diversidade, o combate à desigualdade social, a economia de mercado, o direito à propriedade, o agro moderno que produz e protege o meio ambiente, a sustentabilidade. Sua defesa, vereador, de um governante e de um regime que contrariam os princípios do Cidadania é um sinal de que está no partido errado. Está desde já convidado a buscar uma legenda mais adequada às suas convicções, que, esperamos, não terminem por matar o seu direito de expressá-las”, finalizou.