A técnica ambiental Luana Ribeiro Gasparotto, um dos alvos da operação Sorokin, deflagrada nesta sexta-feira (23), já é conhecida do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco-MT). Em 2018, ela foi alvo da Operação Polygonum e, em 2010, da "Operação Jurupari”, deflagrada pela Polícia Federal (PF).
FOLHAMAX apurou que os outros alvos da ação são familiares da suspeita: Flaviano Ferreira da Silva, Eunice Martins Gasparotto Piereti, Deoclides de Lima e Douglas Henrique Ribeiro Piereti. Além disso, a equipe do Gaeco está no interior do estado cumprindo a apreensão de maquinários agrícolas pesados.
Desta vez, a técnica agropecuária e outras quatro pessoas foram alvos de sequestro de bens móveis e imóveis. A Jurupari investigou fraudes na extração ilegal de madeira entre os anos de 2006 e 2007.
De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) feita à época, Luana e outros três réus, sendo o ex-vereador e atual vice-prefeito de Sinop, Dalton Benoni Martini, o engenheiro florestal Wanderley Batista de Brito e o ex-secretário-adjunto da Sema-MT, Afrânio Cesar Migliari, foram acusados de falsificar documentos para obtenção de créditos florestais e posterior venda a várias empresas madeireiras sem qualquer intenção de exploração florestal da área. Apesar da denúncia do MPF, o juiz da 5ª Vara Federal de Mato Grosso, Jeferson Schneider, absolveu os quatro em outubro de 2018.
No entanto, Luana foi alvo da da Operação Polygonum no mesmo ano, que investigou um esquema na manipulação do sistema que gerencia a área de fazendas, o Cadastro Ambiental Rural (CAR), e que estipula o território de preservação ambiental, de desmatamento legal e de plantio. Gasparotto também foi acusada de se passar por engenheira para conseguir licenças irregulares na Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema-MT), mesmo modus operandi da qual ela foi alvo novamente do Gaeco nesta sexta-feira (23).
Ela se intitulava engenheira florestal e forjou assinatura de um promotor de Justiça, do superintendente do Ibama e da secretária estadual de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti, para celebração de Termo de Ajustamento de Conduta falso. Segundo o Gaeco, o acordo falso, que previa o pagamento de indenizações, reposições e multas ambientais, no valor de R$ 6,2 milhões, foi apresentado à proprietária do empreendimento, que acabou efetivando o pagamento de tais valores na conta de denunciados.
Foi apurado, ainda, que os integrantes da organização criminosa, em uma atuação colaborativa, teriam contribuído para a execução de diversas fraudes no Cadastro Ambiental Rural (CARs) de propriedades, em relatórios de tipologia e em Autorizações de Desmates (ADs). Os valores obtidos pela organização, segundo o Gaeco, foram integrados a diversos bens móveis e imóveis, no intuito de dissimular sua origem e movimentação, decorrentes dos crimes praticados.
Cuiabana
Sexta-Feira, 23 de Fevereiro de 2024, 16h20