Ex-secretário de Administração de Mato Grosso, o contador e advogado César Roberto Zílio tinha o planejamento de ter uma vida tranquila financeiramente após ocupar o cargo no palácio Paiaguás. É que o revela a denúncia do Ministério Público Estadual, assinada pela promotora Ana Cristina Bardusco, que mostra detalhes da compra de um terreno de 30 mil metros quadrados na avenida Beira Rio, em Cuiabá.
Cézar Zílio acabou sendo preso na segunda fase da "Operação Sodoma" após ser descoberto que o dinheiro usado para a compra da área tinha como origem uma suposta extorsão sobre empresários que detinham contratos com o Estado. Delator após a prisão, o ex-chefe da SAD confessou que pretenderia investir R$ 30 milhões na construção de um novo shopping popular na área.
Seriam gastos R$ 14 milhões com a compra do terreno e outros R$ 16 milhões na obra física. ""As investigações revelaram e foi confessado por César Zílio que com o propósito de ocultar a propriedade de imóveis e, como consequência a origem dos recursos utilizados para sua aquisição, garantindo mecanismos que permitissem a futura integraçaõ de capital, planejou a construção. A projeção do faturamento para cinco anos do empreendimento era de R$ 19.614.600 milhões", diz a denúncia do MPE.
César Zílio ainda assumiu que procurou o arquiteto José da Costa Marques para "assumir a propriedade" do shopping através da empresa Matrix Sat Rastreamento de Veículos. Em troca, o arquiteto, que também acabou entregando o esquema, ganharia 15% do valor do empreendimento num contrato de gaveta que seria assinado pelo pai de Cézar, Antelmo Zílio, que já faleceu.
PAI MORTO
As investigações da Polícia Civil e MPE descobriram que R$ 5,524 milhões foram pagos em espécie aos donos da área - Carisma Administração e Participações Societárias Ltda, Mario Pirondi, Irany Pirondi, André Souza Maggi, Gustavo Michels Bongiolo, Samuel Maggi Locks e Nadiana Sucolotti Locks.
Já outros R$ 2,524 milhões também foram repassados em dinheiro vivo por César Zílio ao arquiteto. Outro ponto destacado na denúncia é que César Zílio continuou a usar as contas bancárias do pai mesmo após a morte em novembro de 2014. "César declarou à autoridade policial que era ele quem pessoalmente manipulava as contas bancárias, notas fiscais e demais documentos de suposta emissão de seu pai, inclusive após seu falecimento. Sem qualquer dúvida, a forma utilizada para proceder a aquisição imobiliária e os meios utilizados para o respectivo pagamento, corroboram as declarações de César Zílio e do arquiteto José da Costa Maraques ilustrando mecanismos de lavagem de dinheiro ao buscar ocultar a propriedade dos bens imóveis e, ainda, a origem dos valores utilizados", explica o MPE.
JOAO DO PULO
Sexta-Feira, 29 de Abril de 2016, 11h55Andre Calls
Sexta-Feira, 29 de Abril de 2016, 08h34S?rgio Oliveira
Sexta-Feira, 29 de Abril de 2016, 07h54vanderleia popozuda
Sexta-Feira, 29 de Abril de 2016, 07h50