Política Sexta-Feira, 04 de Abril de 2025, 06h:28 | Atualizado:

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SUSPEITA BILIONÁRIA

Força-tarefa do STJ faz devassa em decisões de desembargadores em MT

Processos basicamente são de disputa por grandes áreas

METRÓPOLES

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Joao Ferreira Filho e Sebastiao Moraes Filho.jpg

 

Em agosto de 2024, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou o afastamento dos desembargadores João Ferreira Filho e Sebastião de Moraes Filho, do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso (TJMT), acusados de integrar um esquema de venda de decisões judiciais. As investigações revelaram que os magistrados recebiam vantagens financeiras para julgar processos.

A apuração teve início após o assassinato do advogado Roberto Zampieri em Cuiabá, quando foram encontrados em seu celular áudios, mensagens e documentos que indicavam a relação do advogado com os desembargadores e o esquema de corrupção. A apuração prosseguiu e servidores de gabinetes de quatro ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) passaram a ser investigados.

Segundo a investigação, o esquema envolveria outros advogados, não apenas Zampieri. Eis que alguns dos processos julgados pelos desembargadores afastados chegaram a Brasília, conforme apurado pela coluna.

Entre os processos, está uma disputa por terras em Sorriso (MT). O STJ anulou uma decisão do TJMT, por meio da qual, após declaração de suspeição da relatora originária, desembargadora Clarice Claudino da Silva, o desembargador João Ferreira Filho, que assumiu o caso, havia concedido ganho de causa aos autores da ação.

A ministra Nancy Andrighi, relatora no STJ, anulou o julgamento de segunda instância, afirmando: “Assim, impõe-se a cassação do acórdão que apreciou os declaratórios, […] bem como a remessa dos autos ao TJMT, a fim de que este se pronuncie, na esteira do devido processo legal, acerca dos pontos anteriormente elencados”.

Em outro caso, o STJ anulou, em outubro do ano passado, a decisão do Tribunal de Mato Grosso envolvendo disputa sobre terras rurais e pagamento de área com arrobas de boi. O TJMT havia invertido a decisão da primeira instância, favorecendo uma das partes, em julgamento que contou com os desembargadores João Ferreira Filho e Sebastião de Moraes Filho.

No STJ, o ministro Humberto Martins determinou novo julgamento pelo tribunal estadual, verificando que não houve pronunciamento sobre questões relevantes referentes ao pagamento. Ainda há outros casos que serão examinados pelo STJ.

Um deles diz respeito a um acordo para a compra de uma empresa de alimentos. A ação foi movida por um empresário investigado na Operação Ventríloquo, que apura desvios de recursos na Assembleia Legislativa de Mato Grosso.

Os vendedores argumentaram que não cumpriram sua parte no contrato, porque o empresário não transferiu a propriedade de um veículo, como constava no acordo. O tribunal estadual, com a participação dos desembargadores afastados, havia decidido em favor do empresário. Agora, o processo está no STJ, ainda sem relator.

FAZENDAS

Outra disputa a ser analisada pelo STJ envolve a propriedade de duas fazendas em Paranatinga (MT), atualmente registradas como bens particulares de um dos sócios de um grupo econômico. Na ação, outro integrante do grupo pede que as propriedades sejam reconhecidas como patrimônio da empresa, e não como bens pessoais.

O TJMT, após divergência iniciada pelo desembargador João Ferreira Filho, anulou o processo e determinou a reabertura da fase probatória. A outra parte afirma que a reabertura é absolutamente protelatória, porque seria inútil ouvir testemunhas que já apresentaram suas declarações por escrito.

O recurso no STJ está sob análise do ministro Moura Ribeiro.Também será analisada pelo STJ uma disputa de herdeiros discutindo a propriedade de fazendas em Alto Garças (MT) e Sonora (MS).

No julgamento do TJMT, o desembargador Sebastião de Moraes Filho declarou que seria válido laudo pericial elaborado por médico legista afirmando falsidade de assinatura. A decisão está sendo contestada diante da ausência de expertise do médico para a perícia em questão.

No STJ, o ministro Marco Buzzi já havia anulado o processo, considerando inadequada a escolha de um médico para atestar a falsidade de uma assinatura, mas posteriormente voltou atrás e restabeleceu a decisão do TJMT. A questão será analisada pela 4ª Turma.

Outro processo em andamento no STJ refere-se ao pagamento de honorários advocatícios, no qual se alega que a decisão relatada pelo desembargador João Ferreira Filho violou o direito de defesa de uma das partes e extrapolou os limites da causa. O caso será relatado pelo ministro Humberto Martins.

Segundo especialistas ouvidos pelo Metrópoles, o STJ e o CNJ deveriam criar um grupo de trabalho para monitorar os processos que tiveram a participação dos desembargadores afastados, uma vez que as investigações apontam a existência de suposto esquema criminoso na segunda instância. Outro ponto levantado pelas fontes é que as penas para juízes corruptos no país são irrelevantes, porque consistem apenas na aposentadoria compulsória com recebimento de salário.





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Comentários (12)

  • maumau

    Sexta-Feira, 04 de Abril de 2025, 11h03
  • A fina flor da corrupção.
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  • João bicudo

    Sexta-Feira, 04 de Abril de 2025, 10h00
  • Perdeu mane, os intocáveis fazem o que querem do judiciário, blindados pelo sistema e aparelhados com o mesmo não tem quem os julgue ou condene, tudo farinha do mesmo saco. Vivem como Deuses e agem como o satanás, duas faces podres de quem deveria dar exemplo e garantir a lei a a paz, mas estes tem um só olho pela ganância. Não há limites por sua opcessao por dinheiro e poder. E com o que vemos do que nos vem de cima, vai piorar. Estamos perdidos
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  • Saulo

    Sexta-Feira, 04 de Abril de 2025, 09h59
  • Povo quer saber se eles vao devolver o dinheiro surrupiado e presos ou se vao ser aposentados recebendo salarios e indo pra casa. Essa e a pergunta, mas ja sabemos como acaba isso.
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  • Antônio

    Sexta-Feira, 04 de Abril de 2025, 09h42
  • Se fosse eu o prejudicado mandava matar o desembargador... Olho por olho dente por dente.
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  • Uilson

    Sexta-Feira, 04 de Abril de 2025, 09h16
  • É MUITO DIFÍCIL OS HOMENS DAS LEIS FAZENDO FALCATRUAS O POVO VAI CONFIAR EM QUEM ???.
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  • Márcio

    Sexta-Feira, 04 de Abril de 2025, 09h06
  • Perdoe-me os poucos homens honrados que compõe o judiciário, mas, essa instituição não goza de nenhuma credibilidade. Tornou-se sinônimo de iniquidade, pois a imagem que temos que que ali se vende de tudo, principalmente, decisões. Infelizmente, esses homens indignos decidem em favor de quem pode pagar. Esta é a impressão que tenho diante de tantos escândalos. Acredito que um mudança radical deverá ocorrer para que o judiciário possa ser confiável novamente. Talvez, com a eleição de juízes e com mandatos por tempo determinado, como nos Estados Unidos.
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  • joao carlos

    Sexta-Feira, 04 de Abril de 2025, 08h42
  • enquanto bora pagar salarios milionarios aos DOUTOS DESEMBARGADORES...
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  • Cidadão Cuiabano

    Sexta-Feira, 04 de Abril de 2025, 07h57
  • O interessante é que os julgamentos no Tribunal são realizados, no mínimo, por 03 desembargadores, mas apenas 01 é o corrupto. Os outros são apenas ?bobó cheira cheira?, são preguiçosos por sequer lerem a decisão do relator, são imcompetenres, ou apenas desnecessários?
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  • 10 CONDENADO

    Sexta-Feira, 04 de Abril de 2025, 07h50
  • E o resto? Só anjo!
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  • Comentarista

    Sexta-Feira, 04 de Abril de 2025, 07h41
  • Putz, e se na verdade fizessem uma devassa no tribunal inteiro do MT, será que iria aparecer cobras e lagartos? Ou... Quem viver, verá....
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  • DEVAIR VALIM DE MELO

    Sexta-Feira, 04 de Abril de 2025, 07h32
  • MUITO TEATRO. SEMPRE FOI E SEMPRE SERA. QUEM TEM DINHEIRO MESMO QUE ROUBADO DOS POBRES. NAO FICA NA CADEIA. ISSO E UMA VERGONHA.
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  • paulo

    Sexta-Feira, 04 de Abril de 2025, 06h59
  • ainda bem que a devassa está restrita a dois dos honrados desembargadores né
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