Coordenados do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), o promotor de justiça Marco Aurélio de Castro classifica como um abuso a acusação do ex-vereador por Cuiabá João Emanuel (PSD) de que o Ministério Público do Estado (MPE) agiu politicamente na condução da operação Aprendiz.
Ele sustenta que o Gaeco não fez nada além de sua obrigação na investigação contra o social-democrata. Ressalta ainda que todas as buscas e apreensões feitas durante a operação tiveram o devido conhecimento e autorização por parte da Justiça.
Para Marco Aurélio, além do MPE, o ex-parlamentar coloca em xeque o Judiciário ao fazer críticas e acusações de que os processo movido contra ele tenham cunho eleitoreiro. “O Ministério Público postula e a Justiça decide. É um abuso dizer isso”, critica.
Há cerca de 10 dias o social-democrata protocolou uma representação contra todos os promotores do Gaeco junto à corregedoria do MPE e ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
A alegação é a de estar sendo perseguido por membros do Gaeco desde a deflagração da operação Aprendiz, em novembro do ano passado. O estopim que levou o ex-parlamentar a tomar a iniciativa, segundo seus advogados, foi a decretação de sua prisão preventiva no fim de março.
O ex-vereador acredita que a detenção teve motivação política. Segundo ele, membros do Ministério Público teriam pretensão de se candidatar na eleição deste ano. “Talvez, por isso, tenham agido desta forma”, disse à época da prisão.
Para o coordenador do Gaeco, é um direito do réu ingressar com ações contra os acusadores, caso se sinta ofendido. Ele, no entanto, se diz tranquilo sobre tudo que foi produzido pelo Gaeco contra o social-democrata. “Eu cumpri o meu dever”, enfatiza.
O promotor destaca ainda que, todas as vezes que foi acusado, sempre teve decisões favoráveis a seu trabalho, conseguindo provar perante a Justiça que agiu dentro do que prevê a lei.
CACA NEVES
Domingo, 04 de Maio de 2014, 09h41