Governador de MT classifica prisão de Bolsonaro "injusta"

 

O governador Mauro Mendes (UB) se manifestou sobre a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão domiciliar do ex‑presidente Jair Bolsonaro na tarde desta segunda-feira (4). A medida foi motivada pelo descumprimento de cautelares decretadas anteriormente que proibiam o uso de redes sociais, inclusive, por intermédio de terceiros.

A declaração foi publicada em suas redes sociais, onde o governador classificou a medida como “desnecessária, injusta” e um reflexo da polarização política no país. Segundo Mendes, a prisão decretada representa uma “mácula no resultado de um julgamento que deveria ser justo e imparcial”. 

Para ele, o Brasil vive um “lamentável capítulo” de sua história, marcado por forte polarização ideológica, política e jurídica. “Enquanto isso, o país caminha para o caos nas contas públicas, um colapso na Previdência e o avanço sem precedentes do crime e das facções criminosas”, escreveu o governador.

O gestor também criticou o que considera um tratamento desigual entre políticos e criminosos, apontando que enquanto “grandes traficantes são soltos diariamente” e “réus confessos de desvios de bilhões em dinheiro público são inocentados”, um ex-presidente é preso por “um suposto golpe que nunca aconteceu”.

Mauro Mendes conclui sua manifestação com um apelo contra o autoritarismo. “ É hora de um basta! Precisamos focar no Brasil e no que realmente pode ajudar a construir uma nação livre, soberana, democrática, sem tolerar nenhum excesso ou ilegalidade, de qualquer cidadão e, principalmente, de qualquer poder constituído. NÃO PODEMOS ACEITAR AUTORITARISMO EM NOME DA DEMOCRACIA.”

CONTEXTO

A decisão foi tomada pelo ministro Alexandre de Moraes após considerar que Jair Bolsonaro teria desrespeitado limitações impostas para evitar manifestações públicas, por meio de publicações feitas por familiares como Flávio Bolsonaro. Algo que ocorreu no último domingo (3) durante atos no país que pediam anistia.

O ex-mandatário chegou a fazer chamadas de vídeos com apoiadores em algumas cidades como Rio de Janeiro, Cuiabá e São Paulo. A medida inclui a proibição de uso de celulares, limitação total de visitas e uso de tornozeleira eletrônica.