A deputada estadual Janaina Riva (MDB) voltou a defender com firmeza, nesta quarta-feira (11), a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as fraudes nos empréstimos consignados dos servidores públicos de Mato Grosso. Mesmo tendo assinado todos os requerimentos apresentados até agora, a parlamentar lamentou que o Parlamento ainda não tenha conseguido unificar esforços para dar uma resposta à altura da gravidade do escândalo.
“Estamos falando de mais de 50 mil servidores que foram lesados, endividados, que têm recebido até R$ 35 de salário após descontos ilegais. Onde está a justiça para essas pessoas?”, questionou Janaina durante discurso no plenário da Assembleia Legislativa.
Segundo a deputada, a CPI é fundamental para apurar crimes como a inserção de dados falsos no sistema de folha de pagamento do Estado. “Em 2022, a fintech Cartos operava sem estar habilitada pela Seplag, lançando dados como se fosse o Banco Capital. Isso precisa ser investigado com seriedade”, disse.
Ela também destacou a omissão da Secretaria de Planejamento, que teve acesso a relatórios da Controladoria Geral do Estado em 2023 apontando irregularidades, mas só tomou providências dois anos depois. “Isso é prevaricação. O Parlamento não pode ignorar”, afirmou.
Outro ponto levantado pela parlamentar foi a conduta da Seplag ao isentar o Banco do Brasil da taxa de 3% destinada ao Fundesp, cobrada de todas as outras instituições financeiras. “A CPI do Endividamento já havia apontado o prejuízo milionário aos cofres públicos, e mesmo assim o governo segue sem corrigir a falha. É inaceitável”, defendeu.
Para Janaina, a Assembleia Legislativa precisa assumir o protagonismo nas investigações. “O Tribunal de Contas está analisando o cenário daqui em diante, mas quem vai apurar o que aconteceu no passado? Quem vai responder por quem foi roubado?”, questionou.
A deputada ainda parabenizou o trabalho do Sindicato dos Servidores da Área Meio (Sinpaig-MT) por ter exposto o esquema. “Foi graças à atuação de pessoas como a advogada Camila Coelho e o Antônio Wagner que esse escândalo veio à tona. O mínimo que podemos fazer como Parlamento é investigar”, justificou.
Mesmo diante dos entraves, Janaina afirmou que segue comprometida com a instalação da CPI. “Assinei todos os pedidos porque acredito que a investigação precisa acontecer. Não importa o autor. O que importa é fazer justiça aos servidores que tiveram sua verba alimentar saqueada”, finalizou.