Em todo o país, as manifestações pró e contra o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) têm dividido opiniões. Em Mato Grosso, elas colocaram as duas únicas mulheres que disputam uma vaga no Senado em lados mais opostos ainda. Enquanto a professora Maria Lúcia (PCdoB) acredita que o ato #EleNão!, realizado na tarde deste sábado (29) em Cuiabá, representa uma continuidade da luta pelos direitos femininos, a juíza Selma Arruda (PSL) vê a manifestação como um ato “desesperado” do que ela considera ser “uma minoria rejeitada”.
Os protestos tiveram início nas redes sociais e foram motivados por episódios em que Bolsonaro usou de discursos classificados por muitos como agressivo as mulheres e a comunidade LGBT+. Maria Lúcia compartilha dessa visão. Para a candidata, a luta das mulheres por seus direitos, que começou no século 17, deve ser mantida. Na avaliação da ex-reitora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), não é papel de um político proferir discurso machista e/ou misógino, e se isso ocorrer, as pessoas precisam reagir. “Esse movimento é contra um desrespeito a condição feminina.
las [manifestantes] estão corretas. Nao podemos, no século 21, aceitar de qualquer pessoa, principalmente de um candidato a presidente, preconceito contra as mulheres”, afirma, lembrando que Mato Grosso é um dos Estados campeões no ranking de morte de mulheres. “É uma luta constante e permanente. Temos que lutar contra a discriminação da mulher”.
Selma Arruda, por sua vez, vê o ato como uma manifestação de desespero de uma, segundo ela, “minoria rejeitada”. Para a juíza aposentada, os protestos podem, inclusive, ter reflexo mais negativo do que positivo para quem participa deles. “Bolsonaro é muito mais aceito entre as mulheres do que rejeitado. Existe essa pecha que a imprensa deu, de ele ser machista, mas isso nao é verdade”, defendeu a magistrada.
No Estado, outros candidatos também já manifestaram apoio à candidatura de Bolsonaro, entre eles o governador Pedro Taques (PSDB), que busca a reeleição. Na última sexta-feira (28), o tucano afirmou que, caso o candidato do PSL vá para uma disputa em segundo turno pela presidência, terá seu apoio em Mato Grosso.
De acordo com o resultado da mais recente pesquisa de intenção de voto realizada pelo instituto Datafolha, divulgada na sexta-feira, Bolsonaro se mantém estagnado, com 28% da preferência do eleitorado. Além disso, embora ele esteja a frente de outros postulantes ao mesmo cargo, sua taxa de rejeiçao cresceu. Com 43% na última pesquisa, Bolsonaro passou, agora, para 46% de rejeição.