O vereador Maurélio Ribeiro (PSDB) que optou pela abstenção na votação de cassação do ex-vereador João Emanuel (PSD), na sessão extraordinária desta sexta-feira (25), disse que o voto foi motivado pela discordância em alguns pontos da investigação, que culminou com a perda de mandato do ex-presidente da Câmara de Cuiabá. Ele foi o único dos 4 parlamentares na mesma situação que atendeu aos telefonemas da reportagem.
O tucano, no entanto, se recusou a comentar quais pontos seriam esses. “Não sou a favor do vereador, mas acredito que houveram falhas nas investigações. Preferi me abster do que votar pela cassação. Meu voto é uma página virada e sobre as falhas prefiro não detalhar”, afirmou. Ribeiro foi eleito para a Mesa Diretora na chapa de Emanuel, no início do ano passado.
Maurélio salientou que não possui nenhum vínculo, fora da Câmara, com Emanuel. O parlamentar também afirmou que mesmo estando tranqüilo com o seu voto, acredita que sua decisão trará desgastes futuros. “Analiso que o episódio de hoje foi mais uma triste página do parlamento cuiabano, que não merece mais tantos escândalos e desgastes”, endossou Ribeiro.
A reportagem tentou entrar em contato com os outros 3 vereadores que se abstiveram, Lueci Ramos (PSDB), Chico 2000 (PR) e Marcrean dos Santos ( PRTB), mas nenhum deles atendeu as ligações.
Relator do processo na Comissão de Ética, o vereador Ricardo Saad (PSDB) classificou como uma experiência muito ruim e desgastante todo o processo. “Estou exausto. Não pretendo participar de outra comissão além da Saúde. Foi uma experiência muito ruim para todos, sobretudo no meu caso, que no início da gestão sempre defendia João Emanuel”.
Saad disse sofreu muita pressão de todos os lados. “Aonde eu ia as pessoas falavam, que vergonha aquele vídeo. Sofri ameaças indiretas até por amigos com a indicação de mudar o comportamento e voto em relação a João Emanuel”.
O vereador Leonardo de Oliveira (PTB), avaliou que a cassação já era esperada e que não sabe de nenhuma outra denúncia aos colegas da Câmara. “Não sei de nenhum fato que prove até o momento o envolvimento outro vereador do parlamento”. O petebista acredita que apartir da próxima semana os trabalhos da casa dever seguir a agenda normal.