A Segurança Pública de Mato Grosso possui dois de seus integrantes de alta patente na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), mas nem mesmo esta representatividade foi capaz de trazer um centavo sequer para a categoria. Os parlamentares mato-grossenses, mesmo com o estado figurando entre os dez mais violentos do país, entenderam que o assunto não deveria ser tratado como prioridade.

O discurso de que a Segurança Pública deve ser tratada como prioridade ajudou a eleger nomes principalmente de bolsonaristas em Mato Grosso, como os representantes da Polícia Militar, coronel Fernanda (PL) e Coronel Assis (UB). No entanto, ambos ignoraram a área na destinação de emendas parlamentares em 2025, segundo levantamento feito jornal Folha S. Paulo.

Mato Grosso está entre os dez estados mais violentos do país, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O Congresso indicou R$ 1,06 bilhão em verbas individuais, de bancadas estaduais e das comissões ao Ministério da Justiça e Segurança Pública em 2025, deixando a pasta na 9º posição entre os órgãos federais que mais receberam emendas.

Em geral, a verba que chega ao ministério é repassada para convênios com estados ou usado em compras do governo federal de equipamentos para as forças locais de segurança, como as polícias federal e militar. Mato Grosso, no entanto, não recebeu um centavo sequer, mesmo tendo dois coronéis da PM como deputados federais e que devem encontrar grandes dificuldades na reeleição, em 2026.

Em entrevista à Folha de São Paulo, a deputada Coronel Fernanda (PL-MT), afirmou que houve negociação com o governo do estado para que as emendas fossem para a saúde, liberando recursos próprios estaduais para segurança. "Quando destino à saúde, também ajudo a segurança", disse ela.