Ministro "abre" PSD para Botelho em Cuiabá e projeta aliança com Federação

 

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD), confirmou que fez convite para o presidente da Assembleia Legislativa, o deputado Eduardo Botelho (União Brasil), para integrar o PSD. Ainda, o congressista deu sinal verde para Botelho ser o candidato à prefeitura de Cuiabá nas eleições de 2024 pela legenda.

Porém, o mesmo não acontece dentro do União Brasil, sigla na qual o presidente do parlamento estadual é filiado. Botelho, que segue firme em seu projeto de ser candidato a prefeito da capital, precisa defender a viabilidade de seu nome ao pleito contra o correligionário, o deputado federal Fábio Garcia (União Brasil), visto que ambos são postulantes ao cargo no Palácio Alencastro.

Porém, o deputado federal é o pupilo do governador Mauro Mendes, que preside a agremiação em Mato Grosso. Recentemente, o mandatário nomeou Garcia a secretário-chefe da Casa Civil em busca de projetá-lo ao eleitorado da Baixada Cuiabana.

“O convite ao presidente da Assembleia, Eduardo botelho, é fato consumado. Ele e o grupo político dele são muito bem-vindos ao PSD. Ele tem o tempo dele para tomar a decisão. Eu o encontrei no sábado passado e batemos mais um papo, sem nenhuma pressão”, contou Carlos Fávaro, durante entrevista à rádio Conti (103.7 FM), nesta sexta-feira (7).

Contudo, o ministro explicou que caso Botelho opte por se filiar ao PSD, deverá se alinhar politicamente com o PT, agremiação do presidente Lula. Historicamente, o União Brasil está mais ligado à direita do que a esquerda, uma vez que nas eleições de 2022, o governador apoiou a reeleição de Jair Bolsonaro, que acabou derrotado pelo petista.

Recentemente, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarou Bolsonaro inelegível por oito anos. A Corte entendeu que houve abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante reunião realizada no Palácio da Alvorada com embaixadores estrangeiros no dia 18 de julho do ano passado.

“Mas, veja bem, todo mundo começa a se movimentar, todo mundo está fazendo isso em todos os estados, e em determinado momento eu posso ser chamado para discutir Cuiabá com o PT. É uma tendência natural. Se o Botelho vier para o PSD, ele sabe que vai caminhar neste grupo político”, contou Fávaro. Apesar de ter dito que ao presidente da Casa de Leis estadual para decidir os próximos passos com calma, Fávaro destacou que Botelho não poderá se alongar muito, uma vez que PSD tem a tendência de apoiar um candidato da federação Brasil Esperança, composta pelo PT, PC do B e PV.

Em especial, os postulantes do Partido dos Trabalhadores que são a diretora da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Rosa Neide e o deputado estadual Lúdio Cabral, além do vice-prefeito José Roberto Stopa (PV). Nem mesmo o atual deputado estadual Wilson Santos (PSD), que já foi prefeito da Capital por dois mandatos, se prontificou a se candidatar pela legenda no pleito do ano que vem.

“Temos bons quadros no PSD, como Wilson Santos, mas ele não manifestou interesse em ser candidato. Então, tenho que ser verdadeiro. Se o Botelho não se filiar, então o PSD não tem candidato. Não tenho dificuldade em apoiar um candidato do PT e se essa conversa evoluir e eu firmar compromisso, não adianta mais depois ter candidatura própria. Não é pressão, mas é ser verdadeiro. Se esse tempo demorar demais, a gente pode firmar uma candidatura do Lúdio Cabral ou da Rosa Neide. Mas, tudo tem tempo, Botelho está fazendo um grande trabalho e já se mostra um dos favoritos a vitória. Ele é muito bem-vindo ao PSD”, elogiou o congressista.