Com renda anual declarada de apenas R$ 68 mil em 2017, o alvo da Operação Sepulcro Caiado, Augusto Frederico Ricci Volpato, movimentou mais de R$ 16 milhões em contas bancárias entre 2019 e 2023, em valores absolutamente incompatíveis com sua capacidade financeira segundo a investigação da Polícia Civil de Mato Grosso que agora será encaminhada a Polícia Federal por decisão Superior Tribunal de Justiça. Augusto é apontado como “braço operacional” do esquema liderado por seu irmão, João Gustavo Ricci Volpato, ambos foram presos na Operação Sepulcro Caiado.
A investigação aponta fortes indícios de lavagem de dinheiro, com o uso de empresas de fachada, transferências familiares e triangulações bancárias. A informação consta no inquérito da Polícia Civil e serviram de base para o juiz de garantias Moacir Rogerio Tortato decretar a prisão da dupla.
Advogados, empresários e servidores do Judiciário de Mato Grosso são apontados como integrantes de organização criminosa que desviou inicialmente mais de R$ 21 milhões com depósitos judiciais falsos. Os dados foram colhidos pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) e constam em decisão da Justiça que decretou prisões preventivas, sequestros de bens e quebras de sigilo bancário.
Mesmo com patrimônio declarado de R$ 667 mil, Augusto movimentou cifras milionárias. Só entre 3 de novembro de 2020 e 5 de agosto de 2021, ele movimentou R$ 6,2 milhões, dos quais mais de R$ 666 mil foram repassados aos próprios pais — Luiz Volpato Neto (espólio) e Luiza Rios Ricci Volpato.
No período seguinte, de agosto de 2021 a setembro de 2023, o valor movimentado saltou para R$ 10 milhões, incluindo R$ 1,2 milhão repassados à mãe e aproximadamente R$ 1 milhão ao cunhado, Guilherme Porto. As transferências indicam uma engenharia financeira para fragmentar e ocultar a origem dos valores, possivelmente provenientes dos desvios praticados via alvarás judiciais.
O esquema envolvia ações judiciais forjadas, documentos ideologicamente falsos e pagamentos inexistentes. O grupo criminoso ajuizava ações de cobrança e, sem o conhecimento das partes rés, simulava a quitação da dívida via depósito judicial, juntando aos autos comprovantes de pagamentos falsificados.
Os alvos de mandados de prisão preventiva responderão pelos crimes de integrar organização criminosa, estelionato, falsificação de documento particular, falsidade ideológica, uso de documento falso, peculato, patrocínio infiel e lavagem de capitais.
OUTRO LADO
Em razão da operação policial envolvendo o casal Augusto Volpato e Julia Maria Asckar Volpato, cumpre esclarecer que ambos estão absolutamente surpreendidos com o envolvimento em investigação da qual desconhecem os fatos.
Augusto Volpato figura formalmente como sócio em uma empresa do ramo de fomento mercantil (factoring), de caráter familiar, cuja administração e representação processual, no período investigado, eram praticadas por outra pessoa. Ele jamais exerceu qualquer função de gestão ou representação ativa da empresa no intervalo temporal investigado, período em que estava - como ainda está - exclusivamente dedicado a administração rural de propriedade familiar.
Julia Maria Asckar Volpato, por sua vez, apenas recebeu valores em sua conta bancária provenientes de transferências realizadas por seu esposo, dentro do contexto normal da vida conjugal, sem qualquer relação com os fatos sob apuração.
Ambos reafirmam sua total inocência e desconhecimento sobre as transações narradas e prestarão todos os esclarecimentos necessários às autoridades competentes para o esclarecimento da verdade.
A defesa adotará todas as medidas jurídicas cabíveis para reverter as decisões proferidas e assegurar a preservação da honra e dignidade de seus representados.
Renan F. Serra
Advogado
ladroes prepotentes
Quinta-Feira, 31 de Julho de 2025, 11h06Caio Oliveira
Quinta-Feira, 31 de Julho de 2025, 07h51