Documentos apreendidos pela Polícia Federal no dia 19 de fevereiro, durante a quarta fase da Operação Ararath, revelam indícios de irregularidades em uma transferência de um veículo importado envolvendo o ex-presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, vereador cassado João Emanuel (PSD), e o empresário do ramo de fomento mercantil, Valdir Piran.
O empresário pagou por um veículo importado usado a quantia equivalente a um zero quilômetro do mesmo modelo. A PF suspeita que a diferença de R$ 100 mil serviu para pagamento de um empréstimo contraído por meio da agiotagem.
Trecho do inquérito policial ao qual a reportagem do FOLHAMAX teve acesso, revela que na empresa Piran – Sociedade de Fomento Mercantil foram apreendidos cópias de nota fiscal, cédulas de crédito bancária e um Certificado de Registro de Veículo relacionados a compra de um veículo Porsche/Boxster pelo vereador cassado João Emanuel (PSD).
De acordo com os documentos apreendidos, o veículo de placa FTN 0700 foi adquirido no dia 28 de junho de 2013 pelo valor de R$ 318 mil junto à concessionária Stuttgart Sportscar SP Veículos LTDA. Deste valor, o parlamentar financiou R$ 240 mil pelo Banco Santander.
No dia 3 de outubro de 2013, o valor financiado foi liquidado em R$ 227.550,68, conforme revelado pelo sistema informatizado do Banco Santander.
A PF descarta a possibilidade de uma fraude bancária, uma vez que, entre as parcelas vencidas e a liquidação antecipada, João Emanuel desembolsou R$ 249.731,78, valor maior do que o financiamento contraído.
No entanto, o que chama a atenção é que no dia 3 de fevereiro deste ano, João Emanuel transferiu o veículo para Valdir Piran pelo valor de venda de R$ 320 mil, conforme cópia do Certificado de Registro de Veículo apreendida pela PF.
O banco de dados do Detran (Departamento Estadual de Trânsito) revelou que veículo pertencia Porsche/Boxster, cor prata, placa FTN 0700, ano 2013, está registrado em nome de Valdir Piran.
“Considerando que o empresário do ramo de factorings teria supostamente pago pelo veículo usado o mesmo valor de um novo, não se pode descartar a hipótese de que a transferência serviu como garantia de um empréstimo irregular, mas até o momento, não foram localizados documentos que embasassem esta teoria”, diz trecho do inquérito.
Confira documentos apreendidos da PF:
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Segunda-Feira, 21 de Julho de 2014, 16h29Diocl?cio Navarro
Segunda-Feira, 21 de Julho de 2014, 12h37