O namoro entre o PDT e o PR pode estar com os dias contados. O presidente regional da legenda republicana, deputado federal Wellington Fagundes, afirmou ontem (28) que a atual prioridade do partido é permanecer na base governista.
“O PR participa desse governo, tem responsabilidade em boa parte das obras. Temos compromisso e sempre cumprimos. Pertencemos à base nacional e à estadual e a prioridade sempre foi se manter nelas”.
A decisão da legenda em apoiar ou não a pré-candidatura ao governo do Estado do senador Pedro Taques (PDT), líder da oposição, deve ser tomada ainda hoje, em uma reunião entre a cúpula da legenda. O partido só deve anunciá-la, contudo, na próxima segunda-feira (31).
O que mais deve pesar para os republicanos é a permanência na base da presidente Dilma Rousseff (PT). Por conta disso, a coligação com Taques – que embora seja de um partido que apoia o governo petista no Congresso, atua como um senador “independente” - já estaria praticamente descartada.
A gota d’água foi a assinatura do pedetista para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigará a aquisição de uma refinaria pela Petrobrás. No alvo das investigações está a própria presidente Dilma que, à época da compra, era ministra-chefe da Casa Civil e presidente do Conselho da estatal petrolífera.
Acontece que o senador Blairo Maggi (PR) é um dos maiores defensores da reeleição da presidente. O republicano já teria, inclusive, dado garantia à petista de que estará ao lado dela no pleito deste ano.
Taques, por sua vez, deve dar palanque para os dois principais adversários de Dilma: o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), ambos pré-candidatos a presidente da República.
Também não teria agradado aos republicanos, no entanto, algumas críticas feitas pelo presidente estadual do PDT, o deputado Zeca Viana, ao governo do hoje senador Blairo Maggi (PR).
Wellington, aliás, respondeu às acusações do pedetista de que parte dos problemas que o Estado enfrenta hoje teria se originado durante a gestão do republicano.
“O governo Blairo Maggi é a história do partido. Ajudamos a desenvolver esse Estado. Nós só vamos estar com quem quiser estar com a gente”, pontuou.
VICE
A desistência do PR em compor uma aliança com Taques pode acabar com o plano do pedetista de ter o empresário Eraí Maggi (PP) como seu candidato a vice-governador.
Primo do senador Blairo Maggi, Eraí já afirmou existir um “pacto” na família para que ambos estejam no mesmo palanque nesta eleição.
Para Wellington Fagundes, todavia, é o PDT quem deve avaliar se o PR pode trazer mais ônus do que bônus para seu projeto rumo ao Palácio Paiaguás.
“Nós temos a nossa história e contribuímos com o que estamos vivendo. Queremos ser avaliado por isso. Dentro da democracia é normal e necessário que haja divergência”.