O presidente da Assembleia Legislativa (ALMT), deputado Max Russi (PSB), defendeu a responsabilização dos envolvidos nas fraudes relacionadas a contratos de empréstimos consignados de servidores públicos de Mato Grosso. A declaração foi dada após a divulgação de um relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), que apontou a inconsistências em cerca de 63 mil contratos.
O parlamentar ressaltou, em coletiva de imprensa que a Assembleia já havia atuado anteriormente para tentar conter os abusos nos consignados, com a realização de uma CPI e aprovação de projetos de lei que acabaram sendo suspensos pelo Poder Judiciário.
“Eu não tive acesso a esse resultado, mas, pela fala, foi um trabalho bem feito, que chegou a números importantes. Acho que é válido. Infelizmente, lá atrás, nós tivemos uma CPI dentro da Assembleia, tivemos um projeto de lei, a Justiça derrubou. Se esse projeto de lei tivesse valendo, não tinha acontecido nada do que aconteceu agora”, criticou Max Russi, nesta quarta-feira (6).
Para Russi, é necessário “resolver o problema para frente e punir os culpados para trás”, mas lamentou que decisões judiciais tenham “amarrado” a atuação do Legislativo. “Isso atrapalha e impede a evolução do trabalho, principalmente na cobrança de responsabilidade daqueles que roubaram os nossos recursos”, admitiu.
PAPEL DOS BANCOS
Questionado sobre a possibilidade do Banco do Brasil assumir a carteira de consignados dos servidores, o presidente da Assembleia se mostrou favorável à ideia. “É uma instituição pública, tem uma responsabilidade muito grande e é um avanço lucrativo”, afirmou ele ao ressaltar que o crédito consignado é um negócio vantajoso para os bancos, dado o baixo risco de inadimplência. “É um empréstimo que você empresta e não perde nada. O servidor vai pagar, vai ser descontado na folha. Já é descontado na fonte”, explicou.
Por fim, Russi criticou as instituições financeiras que operaram com “taxas exorbitantes”, o que, segundo ele, comprometeu a vida financeira dos servidores. Ele confirmou que representantes já se reuniram com a ALMT e demonstraram interesse em oferecer taxas menores e melhores condições de pagamento aos servidores. “O Banco do Brasil, a Caixa Econômica, além do papel financeiro, têm que ter um viés social. E num momento como esse, devem se colocar à disposição”, encerrou.
J U S T I C A
Quinta-Feira, 07 de Agosto de 2025, 12h29