Política Quarta-Feira, 06 de Agosto de 2025, 07h:45 | Atualizado:

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MÁFIA DA CONSIG

TCE flagra 63 mil inconsistências em empréstimos; dois bancos "somem do mapa"

Conselheiro orienta Estado manter descontos suspensos

Da Redação

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O Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT) constatou que 27.331 dos 90.149 contratos de crédito enviados por instituições financeiras à plataforma Fiscaliza Consignados não apresentam inconsistências. Os números constam em relatório homologado pelo presidente do órgão, conselheiro Sérgio Ricardo, durante a sessão ordinária desta terça-feira (5). 

Ou seja, cerca de 63 mil contratos possuem suspeitas de falhas.. “Dos contratos que atendem os requisitos técnicos para a entrega, só 27 mil foram considerados válidos. O restante é uma bagunça generalizada”, disse Sérgio Ricardo ao reforçar que o trabalho terá continuidade. “Hoje, estamos entregando ao Executivo esses resultados com orientações e determinações, mas ainda chegaremos à conclusão do que foi desorganização e o que foi desonestidade”, acrescentou.

No total, 102 mil arquivos, incluindo contratos e documentos acessórios, foram enviados à Plataforma Fiscaliza Consignados, criada para viabilizar as análises. De acordo com o presidente, mais de 60 mil acordos recebidos tem algum tipo de inconsistência com os dados da base da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), como ausência de assinatura, divergência de CPF e identificação incompleta do servidor, por exemplo.

FUGA DE BANCOS

O levantamento também identificou instituições que não atenderam às notificações do Tribunal, como o Banco Master e a NIO Meios de Pagamento. Por outro lado, os contratos enviados pelo Banco Inbursa e pelo Banco Arbi cumpriram os requisitos mínimos de regularidade e foram classificados como válidos.

Agora, o relatório será encaminhado à Seplag, que deverá notificar as empresas que não atenderam às requisições do TCE-MT. Além disso, a pasta deverá manter suspensos os descontos em contratos da empresa Capital Consig, medida que já havia sido determinada pela própria secretaria durante fiscalização anterior.

As determinações do TCE-MT incluem ainda a implementação do Revisa Consignados. “O Estado vai colocar à disposição uma plataforma para que cada servidor tenha facilidade de entrar, para que tenha um telefone para ligar. Ele não vai mais ter dificuldade de encontrar ninguém. Essa é uma construção do Tribunal que encaminhou dessa forma e está dizendo como tem que fazer”, disse o presidente.

Sérgio Ricardo também defendeu um programa de refinanciamento das dívidas e iniciativas do Governo para a educação financeira dos servidores. “Vamos discutir também, junto com todas as partes, o projeto do Refis. Existem servidores que estão passando fome, pessoas que não estão recebendo quase nada no final do mês com mais de 10 empréstimos consignados.”

Para o vice-presidente do TCE-MT e autor do pedido de instalação da mesa técnica, conselheiro Guilherme Antonio Maluf, o trabalho será um divisor de águas. “Precisamos que essa força-tarefa que será instalada para revisar esses contratos ofereça contato humanizado. Após o término dos trabalhos, isso será um divisor de águas na concessão dos consignados aos servidores. Outro ponto chave é a educação financeira, que vai ter que ser observada com muito critério”, afirmou.

A homologação do relatório representa uma das etapas da mesa técnica instalada pelo TCE-MT em maio para discutir soluções para a crise do superendividamento dos servidores públicos estaduais. O trabalho é conduzido pela Comissão Permanente de Normas, Jurisprudência e Consensualismo (CPNJur), presidida pelo conselheiro Valter Albano com relatoria do conselheiro Campos Neto.

Ao analisar os resultados, o conselheiro Valter Albano destacou a importância do controle externo diante da complexidade do problema. “A relação tipicamente privada tem que ser controlada, auditada. O volume de desinformação e desorganização é representativo. E sabemos que, muitas vezes, a bagunça interessava a quem estava emprestando a preços avultados.”

O conselheiro Antonio Joaquim também reforçou o papel do TCE-MT na mediação de soluções. “O Tribunal está do lado da solução e com credibilidade. Isso nos faz crescer como instituição. Os assuntos que têm sido resolvidos ao longo dos anos têm nos dado uma dimensão e um reconhecimento muito grandes. As pessoas começam a ver os tribunais de constas como um grande instrumento de resolução de problemas.”





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Comentários (4)

  • Citizenship

    Quarta-Feira, 06 de Agosto de 2025, 10h01
  • Quanto aos consignados do INSS, em que associações usaram-se de fraudes para roubar os aposentados e pensionistas, o governo federal já praticamente efetuou o ressarcimento dos valores de mais de várias centenas de milhares de pessoas. Enquanto isso, aqui, no Mato Grosso, ainda sequer se formou a convicção de que o governo estadual deve devolver a comissão que recebeu em cada contrato de consignação firmado, o que é uma exigência de moralidade pública. O governo estadual não pode, sem ofender a moralidade pública, cobrar comissão em operações privadas de crédito firmadas entre seus funcionários e as instituições financeiras. Aquelas "taxas" cobradas, que ajudaram a compor os preços (as taxas de juros) cobrados dos servidores, devem ser ressarcidas aos servidores públicos estaduais.
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  • FRANCISCO LOPES MOREIRA

    Quarta-Feira, 06 de Agosto de 2025, 09h25
  • Conselheiros do TCE-MT, não deixem de fora dessa Suspensão os Contratos realizados pelo BANCO DO BRASIL, que fez inúmeros Empréstimos Consignados casados com os CDC's... Empurraram nos Servidores Públicos taxas de juros altíssimas, prazos extremamente longos, data de vencimento anterior ao Calendário de Pagamento de MT e tudo isso sem constar nos Holerites... O BANCO DO BRASIL forçou o Superendividamento dos Servidores Públicos para também lucrar com os juros e multas dos atrasos forçados que forjou...
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  • analista social

    Quarta-Feira, 06 de Agosto de 2025, 09h02
  • sejamos justos, o roubo do inss começou no governo bolsonaro, ele é o pai dos escandalos do inss.
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  • João nunes

    Quarta-Feira, 06 de Agosto de 2025, 08h19
  • O roubo do inss a culpa é do Lula o roubo dos consignados em mato grosso a culpa é do Mauro Mendes?
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