Política Sábado, 31 de Maio de 2025, 14h:15 | Atualizado:

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CASO ZAMPIERI

Procurador avalia que apuração de assassinato revela 'série de terror'

 

MARIANA DA SILVA
Gazeta Digital

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domingos savio

 

O procurador de Justiça do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), Domingos Sávio, analisa como um verdadeiro “capítulo de série de terror” os recentes desdobramentos da morte do advogado Roberto Zampieri, assassinado a tiros em 5 de dezembro de 2023, em frente ao seu escritório no Bosque da Saúde, em Cuiabá. Ele ainda cita as disputas político-ideológicas que pairam sobre o país e que foram reveladas durante as novas fases da Operação Sisamnes da Polícia Federal.

Em vídeo publicado na sexta-feira (30) em sua rede social, o procurador avalia que os desdobramentos do caso por meio das operações policiais tem tido revelações “cada vez mais surpreendentes” e comentou como a partir da morte do advogado uma sequência de fatos têm vindo à tona explicitando atos ocultos de membros do Judiciário no estado e até no país.

“Como se estivessem desenrolando um grande novelo, um emaranhado de fios subterrâneos, as investigações foram puxando para a superfície e trazendo a luz não apenas as circunstâncias da trama criminosa que resultou na morte daquele advogado, mas também possíveis esquemas de venda de decisões judiciais aqui em Mato Grosso e também em Brasília, no Superior Tribunal de Justiça”, disse.

 

Para Sávio, o "mais recente capítulo dessa série de terror”, em suas palavras, e que fora apresentado pelos investigadores, é o conhecimento de que os envolvidos na morte de Zampieri integram um grupo chamado Comando C4, sigla que significa Comando de caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos e que teria viés político ideológico.

“São pessoas que militam na extrema-direita. Com eles, foi encontrado um verdadeiro arsenal de guerra e foi descoberto também que o grupo se especializou em assassinatos e espionagem. Inclusive, havia uma tabela que estabelecia o preço dos seus serviços, conforme o alvo”, comenta.

Domingos ainda relaciona ser “curioso” o fato de que o nome do grupo se assemelha ao de um outro de extrema-direita chamado Comando de Caça aos Comunistas, CCC, que atuou durante a ditadura militar brasileira e que promoveu várias ações violentas contra militantes de esquerda, artistas e representantes de movimentos sociais.

“Parece que querem reviver tudo isso. Observem, portanto, por onde caminham alguns setores do mosaico político brasileiro. Por hora, são investigações. Veremos onde tudo isso vai dar”, acrescentou.

As investigações da Polícia Federal (PF) sobre um grande esquema de compra, venda e vazamento de sentenças no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), descobertas após a execução de Zampieri, chegaram a um grupo de extermínio e de espionagem contra autoridades, entre eles o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O desdobramento faz parte da 7ª fase da Operação Sisamnes.

Denominado C4, sigla para Comando de Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos, o grupo foi contratado para executar Zampieri, tendo alguns dos membros sido presos pela Polícia Civil de Mato Grosso. Durante as investigações, a PF localizou registros manuscritos contendo menções a autoridades brasileiras, entre as quais se destacam parlamentares do Congresso Nacional e ministros do STF.

A reportagem apurou que em uma das anotações o nome de Pacheco aparece com o manuscrito Vigilância Armada. Os investigadores ainda não sabem se o senador estava na mira do grupo de extermínio sendo monitorado. Apenas uma análise completa de todo material poderá concluir a citação. De acordo com os documentos, o grupo cobrava até R$ 250 mil para espionar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), R$ 100 mil para políticos e R$ 50 mil pessoas comuns.

O nome C4 possui uma dupla referência, sendo a primeira remetendo ao Comando de Caça aos Comunistas (CCC) criados na década de 1960 no prelúdio ao Golpe Militar de 1964, com viés ideológico de extrema-direita que atuou até o final dos anos de chumbo no país.





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