Disputas internas e jogos de interesse têm atrapalhado os partidos do bloco de oposição a fechar a chapa encabeçada pelo senador Pedro Taques (PDT) para a eleição deste ano. A afirmação é do presidente do PSDB em Mato Grosso, deputado federal Nilson Leitão, para quem os candidatos não devem ser definidos até o próximo dia 26, como era esperado. 

Nesta segunda-feira (19), o próprio prefeito de Cuiabá Mauro Mendes (PSD) admitiu rusgas pessoais entre o PSB e o deputado federal Júlio Campos (DEM), por conta de declarações do democrata à imprensa. Mendes preferiu não iniciar um novo capítulo na troca de acusações, lembrando que o partido que preside já divulgou uma nota na última semana. 

Diante das dificuldades de acertar a chapa, o próprio socialista já passou a ponderar sobre a possível entrega da candidatura a vice-governador aos republicanos. A hipótese passou a ser cogitada depois que o grupo de partidos que já apoiam Taques rejeitou ceder ao PR a vaga de candidato a senador, uma vez que o senador Jayme Campos (DEM) tem o apoio da maioria para tentar a reeleição. 

Segundo o prefeito, no entanto, mesmo com as dificuldades, ele continuará à frente da articulação com outras legendas, em especial com o PR, que ainda não estaria descartado de uma aliança. 

Leitão, que participa da articulação para atrair o PP para o grupo, por sua vez, também admite dificuldades. A legenda teria feito pelo menos três exigências para se unir ao bloco. 

A primeira seria o poder de indicar o candidato a vice-governador e, neste caso, o mais cotado seria o presidente da Aprosoja, Carlos Favaro. O PP estaria ainda interessado em uma aliança na chapa proporcional e na possibilidade de ter a presidente Dilma Rousseff (PT) no palanque. 

O presidente tucano, no entanto, afirma que nada foi oferecido aos progressistas em troca pela aliança. Diz, porém, que a legenda não seria impedida de indicar nomes que possam ser o vice de Taques. 

Leitão lembra que, além de Favaro, o PP tem outro nome com potencial para concorrer à vaga: o do empresário Eraí Maggi, que chegou a ser cotado como candidato a governador no final do ano passado. 

Internamente, as conversas com os progressistas já estariam bem adiantadas, ao ponto de o grupo dar como certa a aliança. Ainda assim, na semana passada, o presidente estadual do PP, deputado Ezequiel Fonseca, esteve em viagem com o pré-candidato pela situação, o ex-juiz federal Julier Sebastião da Silva (PMDB).