O secretário extraordinário da Copa do Mundo, Maurício Guimarães, e a equipe de engenheiros da Secopa serão sabatinados pela Comissão de Infraestrutura da Assembleia Legislativa, a partir das 14h, no auditório Licínio Monteiro.
Serão cobrados esclarecimentos a respeito do relatório produzido pelo CREA (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura) que identificou problemas de estrutura em 13 obras da Copa do Mundo em decorrência de má execução pelas empreiteiras.
Todo o conteúdo foi produzido pelo coordenador de Câmaras Especializadas de Engenharia Civil do Crea-MT, engenheiro civil André Luiz Schuring, que inspecionou tecnicamente as obras em conjunto com outros profissionais. Um dos quadros mais preocupantes é a trincheira Ciríaco Cândia em Várzea Grande.
Inaugurada há menos de 3 meses pelo governador Silval Barbosa (PMDB) foram identificados infiltração de água nas paredes, prejudicando assim a resistência da obra. “Ali tem muitos problemas com drenagem vertical, o que pode ser resultado de falha ou inexistência do sistema de drenagem. Não tivemos acesso ao projeto executivo. Por isso, não dá para dimensionar tantos detalhes”, declarou.
No total, foram vistoriadas 13 obras da Copa na Capital: Arena Pantanal, obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), os Centros Oficiais de Treinamento (COTs) da Barra do Pari e da UFMT, as trincheiras do Santa Rosa, Jurumirim, Verdão e Ciríaco Cândia, o Viaduto do Despraiado, a duplicação da Avenida Arquimedes Pereira Lima, a "Estrada do Moinho", o Complexo Viário do Tijucal, as obras da Avenida Oito de Abril e implantação da Via Parque do Barbado. Além de problemas de drenagem conforme identificado na trincheira Ciríaco Cândia, as obras apresentam ainda falhas em acessibilidade a deficientes físicos, sinalização e ‘anomalias geométricas’ de planejamento e concepção.
Outro problema crônico apresentado está no Viaduto da UFMT, localizado na Avenida Fernando Corrêa da Costa . “Alguns problemas são fissuras nas vias laterais, usadas pelos pedestres, que são fáceis de serem resolvidas. Lá também apresentam problemas de mobilidade. Esqueceram do pedestre que precisa atravessar de um lado para o outro ali”, afirmou Schuring.
Conforme o presidente da Comissão de Infraestrutura, deputado estadual Sebastião Rezende (PR), o cenário é preocupante e cabe muitos esclarecimentos. “Precisamos saber se houve aditivo contratual e quais medidas estão sendo adotadas para as empreiteiras que estão executando essas obras com irregularidades evidentes. Da maneira que está, não pode continuar”, afirma.