Sob o receio de ver ruir sua promessa de trazer o FEX (Fundo de Fomento às Exportações) até a sexta-feira, dia 20 deste dezembro, o senador Jayme Campos (DEM) contou em entrevista que irá bater duro sobre o ministro da Economia, Paulo Guedes, para cobrar a promessa do repasse de um montante que pode chegar a R$ 700 milhões prometido pelo mato-grossense desde o dia 16 de novembro passado, durante a inauguração da duplicação da Estrada da Guia.
Conforme Jayme, combinado não sai caro e ele só teria garantido o repasse porque o próprio ministro o havia corroborado e acima de tudo se comprometido com isso — assim como o fez junto a congressistas de várias outras unidades da federação.
“Estou cobrando, vamos ver isso amanhã cedo [hoje, terça-feira]. Vamos conversar de novo para cobrar. Inclusive eu acho que tem que cumprir apenas aquilo que ele prometeu junto a mim e ao presidente Davi Alcolumbre (DEM) [no gabinete deste] e ele assegurou que dia 20 ele iria liberar o dinheiro, quando estávamos discutindo a reforma da Previdência Social”, expôs.
O líder do DEM lembrou que a promessa partiu de Guedes e que foi lembrado do compromisso em pelo menos outras duas ocasiões. “Foi ele quem prometeu. E eu ainda indaguei ele lá e indaguei a posteriori, na reunião do bloco de vanguarda que eu participo (com DEM, o PSC e o PL), indaguei: ‘ministro, eu quero saber de vossa excelência aquilo que o senhor falou no gabinete do Davi, pra liberação do FEX. É matéria vencida, tá tudo certo e eu quero e espero que o senhor não me deixe passar por mentiroso, na medida em que vou falar para o Estado de Mato Grosso que vossa excelência nos garantiu, assegurou e ainda não liberou”, diz.
O congressista explicou que, apesar de ser um direito constitucional de Mato Grosso, o governo federal precisa se comprometer a cumprir e não há muito como obrigá-lo a isso para além da política, pois não dá para criar uma lei específica só para isso. O único jeito é por meio de medida provisória, que também depende de vaticínio do governo de turno.
“O tempo tá passando, né? Não tem outro jeito, por lei não é possível, só existe esta possiblidade, por medida provisória, e basta o governo editar de imediato essa posição. Editou, tá prevalecendo já”, continuou.
Por fim, contou que ainda irá bater duro, ao lado dos demais senadores da bancada Mato Grosso, como Welington Fagundes (PL), “e outros senadores, sobretudo dos estados que têm uma participação efetiva no FEX, para fazermos uma cobrança contundente sobre o ministro Paulo Guedes”, prometeu.
De acordo com Jayme, o montante que Mato Grosso tem para receber repetirá a proporção do que foi pago em 2017, de cerca de R$ 500 milhões. Porém, uma mudança de cálculo poderia ocorrer e o Estado receberia, a partir daí, até R$ 700 milhões.
Entretanto, na mesma época em que a notícia foi divulgada, há exato um mês, o vice-governador Otaviano Pivetta (PDT) já tinha anunciado que não acreditava nem no repasse em dezembro nem que o governo Jair Bolsonaro (PSL) fosse honrar a dívida por entender que não é do perfil de Paulo Guedes demonstrar “sensibilidade política o suficiente para fazer isso acontecer”. Ele confirmava o entendimento do governador Mauro Mendes (DEM), que somente no começo do ano falou pela última vez com otimismo sobre o aporte do recurso, e do secretário de Estado de Fazenda (Sefaz), Rogério Gallo, que também fala há pelo menos três meses — e repetiu esta semana, em entrevista à imprensa — que não crê mais na vinda desses dinheiros.
Augusto
Quarta-Feira, 18 de Dezembro de 2019, 18h04Jair
Quarta-Feira, 18 de Dezembro de 2019, 14h50