Internauta
Policiais federais cumpriram nesta quarta-feira mandados de busca e apreensão em 24 endereços no estado de Mato Grosso, entre eles a casa e uma empresa de Fernando Mendonça, amigo e maior doador da campanha de Pedro Taques (PDT-MT) ao Senado em 2010. Mendonça é empresário do ramo atacadista e presidia o diretório do PDT de Várzea Grande (MT) até o final do ano passado.
Sua filha Ariane Mendonça trabalha no gabinete de Taques em Brasília. A ação foi um desdobramentos da Ararath, deflagrada em novembro do ano passado pela Polícia Federal para investigar um esquema de agiotagem e crimes contra o sistema financeiro em Mato Grosso.
Desde então, teve outras três etapas. O alvo inicial era o empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior, acusado de agiotagem e de operar como braço financeiro de políticos mato-grossenses.
Apesar do sobrenome, ele não tem parentesco com Fernando. Como a operação corre em segredo de Justiça, a PF não deu detalhes.
Taques é pré-candidato ao governo do estado este ano. Na segunda etapa, os policiais chegaram até o juiz federal Julier Sebastião da Silva, autor de decisões que, segundo a PF, seriam suspeitas e beneficiariam pessoas já investigadas.
Ele pode abandonar a magistratura para ser candidato ao governo pelo PT ou PMDB. Na ação desta quarta-feira, a PF visitou endereços de empresários de ramo de factorings, construtoras e usinas de álcool. As buscas resultaram na apreensão de notas promissórias e cheques totalizando R$ 126 milhões.
A casa do ex-secretário de Fazenda Eder Moraes, que atuou nos governos de Blairo Maggi (PR) e Silval Barbosa (PMDB), também foi alvo da ação. Gércio Júnior é acusado de utilizar de uma factoring como fachada para a concessão de empréstimos, inclusive a políticos. Este tipo de empresa não possui autorização para emprestar dinheiro.
O senador confirmou a doação para sua campanha.
— Ele foi doador, sim. Está lá tudo declarado e aprovado pela Justiça Eleitoral —disse Taques, que não vê riscos de o episódio prejudicar a sua campanha.
O paralamentar diz não acreditar que a investigação contra Mendonça tenha conotação política.
— Não tenho elementos para dizer isso. Confio na Polícia Federal, no Ministério Público e Justiça.