O presidente do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT), conselheiro Sérgio Ricardo, declarou que a Corte já identificou indícios de fraudes e falcatruas cometidas por bancos e empresas que operam empréstimos consignados para servidores públicos estaduais. Ele afirmou que o levantamento técnico está em fase final e que a análise vai definir quais instituições poderão continuar atuando e quais serão proibidas de operar no Estado.
Segundo Sérgio Ricardo, algumas empresas que tiveram o recebimento de parcelas suspensos ingressaram na Justiça para tentar reverter as restrições, mas a maioria perdeu as ações. Ele destacou que pode haver casos isolados de decisões judiciais provisórias favoráveis às instituições, mas que o resultado final dependerá da conclusão dos estudos conduzidos pelo TCE-MT e pelo Governo Estadual.
O conselheiro citou como exemplo a Capital Consig, que permanece proibida de receber valores dos consignados. Ele alertou que não será permitido que empresas tentem driblar as determinações usando “empresas laranjas” para operar no lugar das proibidas.
“Essas empresas vão espernear, mas muito em breve chegaremos às conclusões de tudo e todo mundo vai ter que assumir as suas responsabilidades. Estamos descobrindo as falcatruas, as que enganaram, as que vilipendiaram, as que se utilizaram de forma ilegal da confiança do servidor”, afirmou. Ele também revelou que, no levantamento feito pelo Tribunal de Contas, apenas dois bancos apresentaram integralmente a documentação exigida.
Outros dois não apresentaram nada e os demais entregaram informações parciais, o que, segundo ele, reforça a necessidade de uma apuração minuciosa para garantir transparência e segurança nas operações de consignados no Estado. “E não adianta estar inventando, querendo inventar a roda, botar para receber outra empresa em seu nome, uma empresa laranja, não adianta, não adianta, porque muito em breve nós chegaremos às conclusões de tudo e todo mundo vai ter que assumir as suas responsabilidades”, garantiu o presidente.