A 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJ-MT) confirmou a liminar que havia concedido liberdade provisória ao tenente-coronel da PM, Sadá Rebeiro Parreira. O oficial foi preso em 21 de agosto de 2019, na “Operação Coverage”, do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), mas já estava em liberdade concedida através de uma liminar.
Os magistrados seguiram por unanimidade o voto do relator do habeas corpus que pedia a liberdade do tenente-coronel, o desembargador Marcos Machado, em sessão de julgamento ocorrida nesta terça-feira (17).
A decisão pela liberdade também se estende ao sargento PM Berison Costa e Silva, que também foi alvo da operação “Coverage”. O sargento também já se encontrava em liberdade em razão de uma decisão anterior que o tirou da cadeia.
COVERAGE
A operação "Coverage" expediu mandados de prisão contra quatro oficiais PMs - dois tenentes-coronéis (Sadá Ribeiro Parreira e Marcos Eduardo Paccola), e outros dois tenentes (Cleber de Souza Ferreira e Thiago Satiro Albino). Todos são suspeitos de realizar é a mudança do registro de uma pistola 9mm, da marca Glock.
Uma exame balístico, realizado pela Politec, constatou que a arma de fogo esta associada a pelo menos um crime de homicídio perpetrado pelo grupo de extermínio investigado na operação "Mercenários". O tenente PM Cleber de Souza Ferreira possui o registro de autorização de carga pessoal da referida pistola Glock.
As investigações do Gaeco também apontam que um inquérito policial militar (IPM) foi instaurado para investigar o caso. O tenente PM Cleber de Souza Ferreira foi flagrado num áudio dizendo que se o IPM não tivesse ainda voltado ao Ministério Público do Estado, ele realizaria a “troca” do certificado de registro da pistola Glock – o que configura obstrução à Justiça.
Dos 4 mandados de prisão cumpridos pelo Gaeco, apenas dois foram cumpridos. O tenente-coronel PM Marcos Eduardo Paccola foi beneficiado com um habeas corpus preventivo. Já o tenente PM Cleber de Souza Ferreira já se encontrava preso por suspeita de fazer parte de um esquema, que também contou com a ajuda de outros policiais, e que “facilitou” a entrada de um freezer com 86 aparelhos de telefone celular na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá, em junho deste ano.
Marcos Eduardo Paccola foi preso só no dia 8 de setembro acusado de obstrução a Justiça, mas acabou solto menos de uma semana depois, na última sexta-feira (13).
Pedra 90
Terça-Feira, 17 de Setembro de 2019, 18h04