O vereador e escrivão da Polícia Federal, Rafael Ranalli (PL), voltou atrás e afirmou que não prometeu citar nomes de supostos vereadores que teriam sido eleitos com apoio de organizações criminosas como o Comando Vermelho. O parlamentar, que tomou posse no cargo no último dia 1º de janeiro, afirmou no dia da eleição que ao menos cinco vereadores da Câmara Municipal de Cuiabá foram eleitos com apoio financeiro, político e logístico da facção.

Rafael Ranalli foi eleito com 3.360 votos, após ter batido na trave em eleições passadas, onde ficou como suplente, assumindo como parlamentar em ocasiões esporádicas, durante períodos de licença dos titulares. O futuro vereador afirmou que soube de alguns colegas que seriam possíveis suspeitos e que pretendia investigar mais profundamente, não descartando até mesmo prendê-los durante as sessões.

“A vontade é essa. Gostaria de sair aqui e prender agora para que nem tomasse posse. Nos bastidores da campanha, quem foi eleito sabe quem é do Comando Vermelho e quem foi pelo sistema tradicional, sem ajuda das facções. Vou procurar nos bairros, cidadãos de bem que estejam dispostos a ir nas minhas redes sociais para que possamos fazer um canal com a delegacia competente, dentro da Polícia Federal. É uma preocupação de vários vereadores. De quatro a cinco foram eleitos com participação direta do Comando Vermelho, seja pelo financiamento da campanha ou pela represália a população nos bairros. Se tirar o adesivo, não votar e não for em reunião, vai apanhar”, afirmou Ranalli, à época.

O parlamentar chegou a prometer que faria uma denúncia formal junto à Polícia Federal, assim que assumisse o cargo. No entanto, em sua primeira sessão como vereador, nesta terça-feira (7), Ranalli afirmou que não se recordava de ter feito declarações afirmando que citaria nomes, e que a imprensa estaria colocando palavras em sua boca.

“Eu acho que tem que recordar, eu nunca falei que ia entregar nome. Se eu falei que ia falar os nomes, eu não me recordo. Isso é uma coisa, acho que a gente tem que saber falar, ouvir e entender. A imprensa tem que parar de colocar a palavra na boca dos outros. E até eu falo até demais, por isso até eu falei: ‘vou procurar’. Em nenhum momento eu falei que vou dar nome, muito pelo contrário. Eu sou formado em Direito, ninguém aqui é débil mental”, afirmou.