O vereador Rafael Ranalli (PL) negou que tenha “amarelado” em não ter denunciado formalmente parlamentares da Câmara de Cuiabá que estariam envolvidos com a facção criminosa Comando Vermelho (CV). Em entrevista ao Programa Tribuna, da Vila Real FM, nesta terça-feira (25), ele revelou que levou as informações até as Polícias Civil e Federal.
Ao mesmo tempo, o escrivão da PF explicou que não pode revelar os nomes por risco de comprometer as investigações que são sigilosas. “Bom. Foi uma explosão de declaração quando eu ganhei a eleição. Fiquei empolgado pela vitória, mas de qualquer maneira, a minha parte eu fiz. Eu fui na Polícia Civil e na Polícia Federa. Agora, se você quer detalhes de investigação sigilosa, acho que você não vai ter. Eu acho que a pessoa que pensar, no mínimo, vai falar, o Ranalli não vai subir na tribuna e falar, esse vereador, aquela vereadora, porque o que chegou a mim foram denúncias e cabe a polícia investigar”, explicou o bolsonarista.
Ranalli foi eleito com 3.360 votos, após ter batido na trave em eleições passadas, onde ficou como suplente, assumindo como parlamentar em ocasiões esporádicas, durante períodos de licença dos titulares. Quando foi eleito em outubro de 2024, ele afirmou que soube de alguns colegas que seriam possíveis suspeitos e que pretendia investigar mais profundamente, não descartando até mesmo prendê-los durante as sessões.
No entanto, em janeiro deste ano, disse que não prometeu citar nomes de supostos legisladores que teriam sido eleitos com apoio de organizações criminosas. “Eu falei tem coisa aí, gente, tem pessoa envolvida, faça a média de votos, um exercício simples, nos bairros dominados por facção, os vereadores mais votados. Ah, pelo amor de Deus, gente. O que não dá é pra eu colocar o meu na reta. Subir na tribuna, falar, porque também pode ter denúncia vazia”, ponderou.
OPERAÇÃO ACQUA ILÍCITA
O bolsonarista ainda citou como exemplo a "Operação Acqua Ilícita", deflagrada pelo Gaeco na semana passada, onde um dos líderes do esquema era Gilmar Machado da Costa, membro do Comando Vermelho morto em uma troca de tiros durante o cumprimento do mandado de prisão em sua casa. Ele recebeu moção de aplausos na Câmara Municipal e teve o filho, Gilmarzinho, lotado por nove meses no gabinete do vereador Jefferson Siqueira (PSD).
“Aí o cara que quer perseguir o que tá errado, acaba se ferrando, o que é comum nesse país, né? Eu quis simplesmente alertar que isso existe e existe mesmo. Tá tendo aí operações. Quem sabe somar um mais um, chega uma conclusão da operação da semana passada. Agora, eu não vou eu citar nome. Ficou, ficou o recado, quem tá nos bairros sabe, essas denúncias continuam chegando pra mim, ó, no bairro tal fulana, no bairro tal, ciclano”, concluiu.
Eleitor
Quinta-Feira, 27 de Março de 2025, 07h10Bugman
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Quinta-Feira, 27 de Março de 2025, 06h35