A vice-presidente da Câmara de Cuiabá, Maysa Leão (Republicanos), voltou a pressionar a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) e o governo do Estado para impedir o encerramento do Hospital Estadual Santa Casa. Maysa disparou que se o governo optar por apenas fechar a unidade, carregará nas costas o peso de colocar em risco tratamentos oncológicos e encerrará a história do 1º hospital da Capital.
Em entrevista ao Jornal do Meio Dia, da TV Vila Real, Maysa afirmou que o tema é algo que aflige pacientes e familiares, já que a unidade é referência em oncologia e ainda assim sofre com superlotação.
A parlamentar categoricamente anunciou que uma vez fechada, nenhum outro hospital terá capacidade de acolher os pacientes para esta especialidade. Pensar por fim ao Santa Casa é algo insensível.
“Hoje a Santa Casa está com o governo do Estado. Cabe a nós fazer manifestações contra o fechamento hospital. Quem disse que o Hospital do Câncer vai atender o paciente oncológico não conhece a realidade. Nossos pacientes precisam fazer tratamento fora de domicílio, pagando R$ 129 por dia para morarem em outras cidades e se tratarem porque o hospital não dá conta da demanda. Fechar a Santa Casa é fechar as portas aos pacientes oncológicos, que muitas vezes são crianças”, argumentou a vereadora.
Para Maysa, o caminho mais adequado seria o governo do Estado quitar as dívidas trabalhistas oriundas de outras administrações da unidade, e repassar a gestão total ao município.
“O governo pode passar gestão à Cuiabá, mas precisa haver uma corresponsabilidade financeira porque Cuiabá atende cerca de 60% de pessoas do estado inteiro, a coparticipação que o Executivo estadual paga não corresponde a esse valor”, opinou.
Por último, a vereadora defende que os deputados estaduais se unam e visitem os corredores da Santa Casa para "viverem a realidade" e impeçam de uma vez o encerramento das atividades.
“É falta de sensibilidade. Acho que todos os deputados deveriam visitar a Santa Casa, conversar com pacientes. Eu sou voluntária do hospital. Iremos fechar o hospital no meio de tratamentos longevos e caros. Quem pode barrar os fechamentos são os deputados. Este peso de encerrar, o governador Mauro Mendes tem que decidir se ele quer carregar”, conclui.
Como já noticiado pelo GD, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) comunicou que deixará a gestão da Santa Casa assim que o Hospital Central for inaugurado, em setembro. O Estado alega que não tem condições financeiras de continuar responsável pela unidade e também manter dos demais hospitais com os quais tem parceria, o mais recente deles é o Hospital Geral e Maternidade.
A fundação do Hospital Estadual Santa Casa é resultado de uma requisição administrativa feita pelo governo de Mato Grosso aos bens da Santa Casa Beneficente de Cuiabá, unidade filantrópica que passava por uma crise e chegou a fechar as portas. Com a requisição administrativa, em 2019 foi criado o Hospital Estadual Santa Casa, que se tornou o primeiro administrado pelo Estado na capital.
De 2019 a 2025, o local atendeu pacientes de todos os municípios do estado. A unidade atua como referência e conta com um moderno pronto atendimento pediátrico.
O Hospital Estadual Santa Casa oferta serviços de média e alta complexidade pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com pronto atendimento pediátrico, ambulatório e internação nas especialidades de: cardiologia, cirurgia geral, cirurgia pediátrica, cirurgia vascular, clínica geral, fisioterapia, fonoaudiologia, hemoterapia, infectologia, mastologia, nefrologia, neurocirurgia, neurologia, nutrição, oncologia cirúrgica, oncologia clínica e cancerologia, oncologia pediátrica, otorrinolaringologia, pediatria, pneumologia e tisiologia, psicologia, psiquiatria, radiologia, radioterapia, urologia, medicina intensiva adulto, pediátrica e neonatal, e medicina.
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Quarta-Feira, 11 de Junho de 2025, 21h08