A vereadora Maysa Leão (Republicanos) revelou que sofreu ameaças por parte de seu colega de parlamento, o vereador Felipe Corrêa (PL), que teria ameaçado expor o passado da parlamentar na imprensa após ela usá-lo como exemplo da falta de quórum na Câmara Municipal. Ela publicou em suas redes sociais um vídeo na qual afirmou que não aceitaria ser intimidada e nesta terça-feira (23) contou para quem a publicação foi direcionada.

Ela ainda denunciou um suposto "dossiê" que aliados do pré-candidato à prefeitura de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), possam ter contra outros legisladores. Ela contou que foi intimidada por Felipe Corrêa na frente de outros vereadores na segunda-feira (22).

"As palavras que ele usou na frente de todos os vereadores foram: não venha falar de mim, não venha me expor. Estou te avisando. Eu sou um bom amigo, mas sou um péssimo inimigo. E depois dessa fala, na fala de um outro colega, ele ainda interpelou, trazendo uma informação que ele olhou no celular e falou assim: nós não somos o seu vizinho idoso que você agrediu", contou a parlamentar.

O episódio em questão ocorreu em outubro de 2022, quando um vizinho, de 72 anos, de Maysa registrou um boletim de ocorrência acusando a vereadora de injúria, calúnia e difamação após uma discussão no elevador do edifício Central Park, na Praça Popular, em Cuiabá. Ela argumentou, à época, que as informações fornecidas pelo idoso não procediam.

"A gente teve um entrevero, sim, no elevador. Isso foi noticiado em toda a imprensa e se tornou um processo. Então, o Felipe Corrêa usou de uma ameaça muito escancarada, sem nenhum pudor. Eu não gostaria de dar palco para esse vereador, mas diante de uma ameaça tão clara, numa mesa onde todos os colegas estavam sentados, como mulher não posso me furtar a esse enfrentamento. Ele, que é pai de menina, se diz defensor da causa das mulheres, diga para uma mulher, 'não mexa comigo, que como inimigo eu posso ser o pior inimigo', ele está fazendo um papel que não deve ser aceito",  argumentou Leão.

Apesar da denúncia, a vereadora disse que não irá representar o colega no Conselho de Ética e pedir a cassação do mandato dele. "Eu dei um aviso pra ele nas redes sociais pra ele ficar atento de que ele não está incomodando uma mulher que não sabe se defender. Estou aqui me posicionando na imprensa pra ele pelo menos fazer um letramento de gênero e aprender o que é a defesa de gênero. Mas não acho que seja cabível um pedido de cassação", avisou.

Por fim, Maysa lamentou o ocorrido e declarou que esse tipo de desentendimento pode ter ocorrido em razão da campanha eleitoral e denunciou que a existência um suposto "dossiê" em que aliados do pré-candidato à prefeitura de Cuiabá, o deputado federal Abilio Brunini, possam ter contra outros legisladores, uma vez que na hora de 'intimidá-la', Corrêa teria olhado o celular para se certificar da acusação.

"Todas as vezes que eu me manifestei sobre a conduta do pré-candidato, Abílio, não estou falando da pessoa. Estou falando da conduta, ataques como esse aconteceram, não do pré-candidato Abílio, mas de mulheres envolvidas a ele, de candidatos a vereadores envolvidos com ele. Ontem eu vi uma movimentação do vereador Felipe Corrêa de olhar no celular para procurar o que ele iria falar sobre mim. Então, sim, tem um dossiê aí. A minha família não tem um passado com telhado de vidro. Se vai ser essa baixaria, eu não vou baixar o nível, mas não vou me calar", finalizou.