Presidente do diretório estadual do PDT, o deputado estadual Zeca Viana minimizou o impacto da declaração do prefeito de Lucas do Rio Verde, Otaviano Pivetta, condenando o assédio do partido em obter a filiação do ex-vereador por Cuiabá e candidato derrotado ao governo do Estado nas eleições de 2014, Lúdio Cabral (PT). “Todos em direito a opinar, o partido não se resume à minha pessoa ou apenas ao Otaviano Pivetta. O PDT é um partido representado por um conjunto de lideranças e filiados. Não adianta fazermos declarações individuais assim que só causa transtorno e ninguém ganha nada”.
O parlamentar ainda declarou que aguarda uma definição do governador Pedro Taques a respeito de permanecer ou não no PDT. “Se confirmado, o Lúdio Cabral será convidado. É um nome que pode representar bem o partido na Baixada Cuiabana e ter fôlego no Estado para participar futuramente de uma disputa majoritária”, disse.
Nos últimos meses, Taques tem sido assediado pelo PSB e PSDB. O candidato derrotado a vice-presidência da República, Beto Albuquerque, ex-deputado federal pelo Rio Grande do Sul e uma das lideranças do PSB, já deu declarações públicas de que é a favor de Taques ingressar no partido e assim preencher um vazio de lideranças da legenda, que perdeu protagonismo após a morte do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, em um acidente de avião durante a campanha presidencial de 2014.
Taques também tem sido sondado pelo PSDB e mantido diálogo com a bancada de senadores do partido como José Serra (SP) e Aécio Neves (MG). Questionado se a insistência em convidar Lúdio Cabral não poderia gerar ainda mais divergências no PDT e aprofundar uma crise interna, Viana afirma que uma eventual filiação será discutida pelo PDT como um todo e não haverá nenhuma decisão isolada. “Se realmente houver interesse do Lúdio Cabral em migrar para o PDT, vou levar para o conhecimento do partido. Mas é claro que não tomarei decisões isoladas, pois é o partido como um todo que define”, rebateu.
Como ainda está em fase de discussão no Congresso Nacional a aprovação de uma janela que permite a troca de partidos pelos agentes políticos com mandato eletivo, uma reviravolta total se avizinha no cenário político. O senador Blairo Maggi já sinalizou que tem disposição de trocar o PR pelo PMDB. O PSD é um partido que está em crise interna por conta de divergências a respeito da presidência do diretório estadual, o que pode encaminhar parlamentares estaduais como Janaína Riva e Gilmar Fabris ao PMDB. O PR também tende a sofrer debandada com a saída de Maggi. Se confirmada a janela partidária, a bancada do partido na Assembleia Legislativa se dividiria entre o PSB e o PMDB.
gilmar
Terça-Feira, 07 de Julho de 2015, 07h43