Cidades

Domingo, 15 de Junho de 2025, 23h25

BANDIDOS DE FARDA

No Whats, PMs reclamam de "exterminador": "só quer matar"

Grupo de militares é suspeito de matar advogado

Da Redação

 

O Ministério Público do Estado (MPMT) denunciou quatro policiais militares da Rondas Táticas Móveis (Rotam) acusados das execuções do advogado Renato Nery e Walteir Lima Cabral. Outras duas vítimas também sofreram tentativas de homicídio de um grupo, apontado como um “esquadrão da morte” que se intitula como “Gol Branco”. 

A denúncia foi assinada na última quarta-feira (11) pelo promotor de justiça Henrique Pugliesi contra os policiais militares Jorge Rodrigo Martins, Wailson Alessandro Medeiros Ramos, Wekcerlley Benevides de Oliveira e Leandro Cardoso. Eles chegaram a ser presos preventivamente no início do mês de março de 2025 mas já se encontram em liberdade.

Segundo as investigações, os militares forjaram um confronto para esconder a arma utilizada no crime contra Nery e manipular a cena do segundo homicídio. As inconsistências apontadas indicam que a ação foi planejada para simular uma troca de tiros e atribuir a posse da pistola a supostos criminosos.

Renato Nery foi morto a tiros em 5 de julho de 2024, em frente ao seu escritório em Cuiabá. O crime estaria ligado a uma disputa na justiça por terras avaliadas em mais de R$ 40 milhões.

Os suspeitos de serem os mandantes da execução, Cesar Sechi e Julinere Goulart, estão presos. Os quatro policiais denunciados compunham o chamado "núcleo de obstrução", encarregado de dificultar as investigações.

Caso o Poder Judiciário aceite a denúncia, o “grupo de extermínio” vai responder por homicídio qualificado, tentativa de assassinato, organização criminosa, falsidade ideológica e abuso de autoridade. Seis dias após a morte de Nery, os mesmos agentes mataram Walteir e atiraram contra outras duas vítimas.

Perícias confirmaram que a pistola Glock 9mm, usada nos crimes, pertencia à Polícia Militar de Mato Grosso. Áudios e mensagens extraídos dos celulares dos policiais comprovaram a articulação dos acusados para alinhar depoimentos falsos.

Em um grupo no WhatsApp, os PMs discutiam como evitar contradições nas versões. Um dos integrantes, Wailson Ramos, chegou a "naturalizar" a violência, afirmando que confrontos deveriam terminar em mortes.

Relatórios periciais revelaram que uma foto de Renato Nery foi salva no celular de Wailson um dia após o assassinato. Além disso, pesquisas sobre o caso foram encontradas nos dispositivos.

Os diálogos mostram preocupação com as investigações e tentativas de uniformizar relatos com base no boletim de ocorrência. As conversas revelam ainda um conteúdo macabro.

Num dos diálogos, conforme a denúncia, os PMs falam sobre uma pessoa identificada como “15”, que segundo eles “está demais esse ano”, que ele “não para”, além de que “só pensa em matar, matar, matar”. O MPMT sustenta que os crimes foram cometidos com uso de aparato estatal e que há risco de fuga.

Dois dos denunciados, Leandro Cardoso e Jorge Rodrigo, já respondem a um processo derivado da "Operação Simulacrum", que apurava ações de um grupo de extermínio também formado por militares. A decisão sobre a prisão preventiva será analisada pela 7ª Vara Criminal de Cuiabá.

Comentários (3)

  • willian |  16/06/2025 10:10:47

    Todos bandidos/ A vítima também não era nenhum exemplo/ A morte do advogado de certa forma foi um alívio para muita gente grande / ele era um arquivo vivo/

  • Mato grosso |  16/06/2025 09:09:59

    MINISTERIO PUBLICO PRECISA FAZER UMA FAXINA URGENTE , DAR CELERIDADE AOS PROCESSOS !!!

  • Cuiabano |  16/06/2025 07:07:40

    Parabéns pelos criminosos cruéis covardes impiedosos irrecuperáveis que exterminaram bandido bom é bandido morto

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