Segunda-Feira, 24 de Fevereiro de 2025, 23h10
CRISE NO CAMPO
Justiça de MT aprova RJ de irmãos do agro com dívida de R$ 126 milhões
Grupo JPA atua na agricultura e pecuária
LEONARDO HEITOR
Da Redação
A Justiça aceitou um pedido de recuperação judicial feito pelo Grupo JPA, que atua no agronegócio e revelou possuir uma dívida de R$ 126.237.525,15. Na petição, a empresa dos irmãos José Fuscaldi Cecílio Neto e Pedro Augusto Oliveira Cecílio apontou que dificuldades como o fluxo de caixa baixo, além da alta instabilidade no preço da carne resultaram na crise enfrentada pelos empresários.
De acordo com os autos, o Grupo JPA foi fundado e atua na agropecuária em Mato Grosso, Pará e Goiás. A atividade foi iniciada com a aquisição de rebanhos e, além das dificuldades financeiras, o grupo também enfrentou condições climáticas adversas e as incertezas do mercado.
Nos primeiros anos, com fluxo de caixa limitado, os produtores decidiram arrendar parte das terras, permitindo que pudessem gerar uma receita adicional. Enquanto isso, mantinham a outra parte da propriedade dedicada à pecuária. Em 2018, a área arrendada enfrentou dificuldades financeiras que resultaram em atrasos significativos nos pagamentos.
Os irmãos, então, decidiram iniciar sua trajetória na agricultura, começando com o cultivo de arroz e, posteriormente, soja e milho, alcançando o estágio atual de suas operações. O ano de 2021 foi um marco significativo para o Grupo JPA, que decidiu ampliar suas ações no setor agrícola no estado do Pará.
A estratégia visava manter a atuação em diferentes frentes - agricultura e pecuária – fazendo com que o grupo passasse a lidar com com questões logísticas, adaptações ao novo clima e a necessidade de estabelecer parcerias locais para garantir a eficácia das operações. Nos primeiros anos, a abundância de chuvas na região apresentou desafios consideráveis.
A necessidade de maquinários para a colheita tornou-se clara, pois as condições climáticas exigiam investimentos contínuos em equipamentos para assegurar a produtividade das terras. No último ano, o grupo se viu obrigado a vender parte dos seus ativos provenientes do gado, com o objetivo de mitigar e resolver a situação.
No entanto, apesar dessas medidas, os altos juros, somados aos desafios impostos pela crise na agricultura e na pecuária - como o aumento expressivo nos custos de alimentação e manejo do rebanho, a escassez de pastagens de qualidade e a instabilidade nos preços da carne no mercado - tornaram a superação do problema ainda mais difícil. Em 2023, a crise no setor pecuário, causada pela queda acentuada nos preços da arroba do boi gordo, impactaram diretamente na rentabilidade e fluxo de caixa do grupo.
Além disso, a combinação de fatores como a redução na demanda interna e externa e o aumento dos custos de produção geraram um cenário de instabilidade econômica, resultando no pedido de recuperação judicial. “Paralelo a isso, a queda do preço do milho em 2023 teve um impacto significativo no planejamento para a safra de soja 23/24, prejudicando o fluxo de caixa do grupo. Por outro lado, o grupo enfrentou sérias dificuldades em função de fatores climáticos nos últimos dois anos. A escassez de chuva durante o período de plantio foi seguida por um excesso de chuvas na colheita, o que comprometeu de forma significativa a produção. Dentro do contexto de instabilidade climática, o grupo, na safra de 2023/2024, enfrentou a perda de aproximadamente 400 hectares de plantio de soja devido ao excesso de chuva no momento da colheita, o que teve um impacto profundo em seu fluxo de caixa”, diz a petição.
A recuperação judicial foi autorizada pela Justiça, que nomeou o advogado Samuel Franco Dalia Neto para fazer a gestão do grupo. Ele deverá apresentar, em 5 dias, o orçamento detalhado do trabalho a ser desenvolvido, informando o número de pessoas envolvidas, suas remunerações e a expectativa de tempo e volume do trabalho.
Veja a lista de credores
CREDORES DA CLASSE II - GARANTIA REAL (CREDOR, VALOR, CLASSE):
CAIXA ECONOMICA FEDERAL, R$7.496.000,00
CAIXA ECONOMICA FEDERAL, R$5.800.000,00
BANCO DA AMAZÔNIA S.A, R$2.655.000,00
BANCO DO BRASIL, R$610.000,00
BANCO CNH INDUSTRIAL CAPITAL S.A, R$3.501.000,00
BANCO DO BRASIL, R$650.000,00
BANCO DO BRASIL, R$2.654.775,00
BANCO DO BRASIL, R$4.979.817,60
BANCO CNH INDUSTRIAL CAPITAL S.A, R$1.848.000,00
BANCO DO BRASIL, R$1.495.800,00
BANCO DO BRASIL, R$670.395,24
BANCO DO BRASIL, R$2.704.936,00
BANCODO BRASIL, R$6.600.000,00
BANCO DO BRASIL, R$6.807.783,52
BANCO DO BRASIL, R$2.660.905,61,
BANCO DO BRASIL, R$1.203.367,20,
BANCO DO BRASIL, R$1.185.874,78
BANCO DO BRASIL, R$1.514.467,33
BANCO VOLKSWAGEN, R$522.007,20
BANCO VOLKSWAGEN, R$1.332.681,66
BANCO VOLKSWAGEN, R$618.938,04
BANCO VOLKSWAGEN, R$618.938,04
BANCO VOLKSWAGEN, R$898.630,80
BANCO VOLKSWAGEN, R$1.098.849,42
BANCO DO BRASIL, R$3.000.000,00
BANCO DO BRASIL, R$21.409,65
BANCO DO BRASIL, R$190.603,35
BANCO VOLKSWAGEN, R$63.000,00
BANCO DO BRASIL, R$3.459.347,31
BANCO DO BRASIL, R$1.039.879,06
BANCO DO BRASIL, R$7.445.431,00,
BANCO DO BRASIL, R$145.521,72
BANCO DO BRASIL, R$4.979.817,60
CAIXA ECONOMICA FEDERAL, R$3.443.000,00
BANCO DO BRASIL, R$750.000,00
BANCO DO BRASIL, R$499.410,00
CAIXA ECONOMICA FEDERAL, R$1.185.000,00
CAIXA ECONOMICA FEDERAL, R$2.591.466,00
CAIXA ECONOMICA FEDERAL, R$2.858.000,00
CAIXA ECONOMICA FEDERAL, R$1.150.000,00
BANCO DO BRASIL, R$2.061.603,04
BANCO BRADESCO AS, R$3.000.000,00
BANCO BRADESCO AS, R$834.000,00
BANCO DO BRASIL, R$2.701.574,05
BANCO DO BRASIL, R$1.499.731,763
CAIXA ECONOMICA FEDERAL, R$1.500.000,00
CREDORES DA CLASSE III - QUIROGRAFÁRIA
BANCO DO BRASIL, R$2.999.240,09
BANCO DO BRASIL, R$2.000.425,26
BANCO DO BRASIL, R$2.998.384,99
AGRITEX, R$4.140,50
AGRITEX, R$3.618,02
AGRITEX, R$1.641,72
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