As investigações que resultaram na deflagração das operações WO e Apito Final apontaram que o tesoureiro geral do Comando Vermelho em Mato Grosso, Paulo Witer Farias Paelo, utilizava advogados para lavar dinheiro da organização criminosa. Uma das juristas utilizadas por ele foi presa no interior do estado, por suspeitas de ter movimentado uma grande quantidade de dinheiro para a facção.

De acordo com as investigações, foi apontado que Paulo Witer Farias Paelo se utilizava das prerrogativas previstas no estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), para inserir advogados em suas ações, visando assim a facilidade na ocultação de patrimônio da organização criminosa.

Segundo a decisão, a advogada Fabiana Félix de Arruda Souza foi uma das advogadas utilizadas por Paulo Witer Farias Paelo para o cometimento deste tipo de crime. A ligação dos dois se deu após a prisão do suspeito, enquanto ele dirigia um veículo utilitário Mitsubishi Pajero Sport, na ocasião em que foi detido.

O automóvel está registrado em nome da advogada e as investigações apontaram que o carro permaneceu escondido na propriedade do suspeito enquanto ele estava foragido. Nesta época, Fabiana Félix de Arruda Souza movimentou cerca de R$ 500 mil em créditos e em débitos, sendo utilizada como laranja para aquisição de um Toyota Corolla.

A advogada foi presa em São José dos Quatro Marcos, na última terça-feira (2), durante a deflagração da Operação Apito Final. O tesoureiro geral do Comando Vermelho em Mato Grosso, Paulo Witer Farias Paelo, foi preso no último final de semana em Maceió (AL), durante a deflagração da Operação WO.

Outro jurista apontado como ‘colaborador’ de Paulo Witer Farias Paelo é Jonas Cândido da Silva, considerado pelos investigadores um ‘testa de ferro’ do tesoureiro do Comando Vermelho. O advogado, preso em Maceió quando havia ido à capital alagoana para dar assistência jurídica ao suspeito, teria ido a um show junto com o faccionado, em Cáceres.

Na ocasião, eles assistiram a uma apresentação da dupla sertaneja Zé Neto e Cristiano, chegando até mesmo a postarem uma foto juntos. Mesmo com um salário de R$ 4 mil, registrado junto à Câmara Municipal de Cuiabá, o advogado movimentou mais de R$ 1,5 milhão em suas contas bancárias.