Política

Segunda-Feira, 11 de Agosto de 2025, 19h15

SEPULCRO CAIADO

Planilha apreendida com servidor do TJ cita potencial de até R$ 2 milhões

Documento expõe planejamento de fraudes envolvendo a conta única do TJ-TM

BRENDA CLOSS

Da Redação

 

Uma planilha apreendida na residência do servidor do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Mauro Ferreira Filho, apontado como peça-chave no esquema investigado pela Operação Sepulcro Caiado, revelou não apenas o funcionamento interno de um esquema criminoso instalada dentro do próprio TJ, mas também a dimensão das ambições financeiras do grupo. Os investigados no esquema são acusados de fraudes de R$ 21 milhões contra a conta única do próprio Poder Judiciário. 

No documento, que registra processos judiciais fraudulentos, valores desviados, beneficiários e contas bancárias, consta uma anotação expressa com a frase “potencial de até 2 mi”, considerada pela Polícia Civil como uma previsão interna de ganhos muito acima do que foi oficialmente declarado nos autos. 

Para a Polícia Civil e o próprio TJ-MT, a anotação revela planejamento financeiro estratégico e controle minucioso sobre cada ação fraudulenta. O relatório descreve que Mauro atuava como “contador” da organização criminosa, centralizando e gerenciando informações sobre processos, valores e fluxos bancários ilícitos. 

As planilhas também apontam a presença recorrente de empresas ligadas ao grupo sendo a RV Empresa de Cobrança LTDA – ME e Labor Fomento Mercantil LTDA – ME, ambas relacionadas a João Gustavo Ricci Volpato , líder do esquema e Augusto Frederico Ricci Volpato, irmão e braço operacional do grupo. Além disso, um ofício confirma que Mauro foi o responsável pela elaboração e envio dos documentos raudulentos, produzidos no sistema CIA, ao Banco do Brasil, operacionalizando o desvio de recursos públicos.  

Os investigadores consideram que a expressão “potencial de até 2 mi” não é mero registro contábil, mas prova de que o grupo previa ganhos futuros a partir da manipulação de processos judiciais, caracterizando um esquema estruturado e de longo prazo. A presença dessa anotação, aliada ao restante do conteúdo da planilha, reforça a tese de que Mauro não apenas tinha conhecimento integral das fraudes, mas também planejava e monitorava o lucro criminoso esperado. 

Mauro era considerado foragido desde o dia 30 de julho, quando a operação foi deflagrada. O  servidor permaneceu foragido até 7 de agosto, quando se apresentou com advogado para cumprimento do mandado de prisão que estava em aberto contra ele. Para as autoridades, tal fato demonstra plena consciência da gravidade de sua participação no esquema. 

Comentários (1)

  • Lage |  11/08/2025 19:07:55

    E o safado já está solto. Que pilantra.

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