O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) irá tomar o depoimento na próxima quinta-feira (10) do ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques, do irmão dele, Pedro Jorge Zamar Taques, do deputado estadual afastado Mauro Savi (PSB), além dos empresários Claudemir Pereira dos Santos e José Kobori. Todos são suspeitos de fazer parte de uma quadrilha que teria desviado ao menos R$ 27 milhões dos cofres públicos por meio de fraudes no Detran. 

Eles foram presos nesta quarta-feira (9) após deflagração da operação “Bônus”. Os depoimentos começam as 10h00 desta quarta-feira e se arrastarão pelo período da tarde. O último a ser ouvido amanhã será o empresário José Kobori. Detido em São Paulo, ele chega a Cuiabá na noite de hoje.

O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL-MT), Eduardo Botelho (DEM), também será ouvido pelo Gaeco, mas na próxima sexta-feira (11). O MPE chegou a pedir o afastamento dele da presidência da Assembleia, o que foi negado pelo desembargador.

A operação “Bônus” é a segunda fase da operação “Bereré”, deflagrada pela Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz) no dia 19 de fevereiro de 2018, que investiga desvios promovidos por uma empresa (EIG Mercados) que prestava serviços ao Detran no registro de financiamento de veículos em alienação fiduciária, além de uma outra organização (Santos Treinamento), que lavava o dinheiro desviado.

De acordo com as investigações a EIG Mercados – que no início dos desvios, ocorridos entre 2009 e 2014, chamava-se FDL Serviços -, repassava em torno de R$ 500 mil de verbas obtidas pelo serviço que presta ao Detran de Mato Grosso por meio da Santos Treinamento. A empresa era uma espécie de “sócia oculta” nos trabalhos realizados ao departamento estadual.

O dinheiro chegava a políticos notórios do Estado - como o ex-governador Silval Barbosa, o deputado estadual Mauro Savi, além do ex-deputado federal Pedro Henry -, por meio de depósitos bancários e pagamentos em cheques promovidos pelos sócios da Santos Treinamento, como Claudemir Pereira, também conhecido como “Grilo”.

Com o desenrolar das investigações, que tiveram as delações premiadas dos empresários José Henrique Gonçalves e José Ferreira Gonçalves Neto, o Ministério Público representou pelas prisões e também pelo pedido de afastamento de Botelho da presidência da Assembleia.

BERERÉ

Deflagrada no dia 19 de fevereiro de 2018, a operação “Bereré” teve como principais alvos os deputados estaduais Eduardo Botelho (DEM), e Mauro Savi (PSB), que na ocasião sofreram mandados de busca e apreensão, além do ex-deputado federal Pedro Henry. As investigações tem como base os depoimentos de colaboração premiada do ex-presidente do Detran-MT, Teodoro Lopes, o “Doia”, além do empresário Rafael Yamada Torres, outro delator do esquema.   

No dia 21 de março de 2018, o desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), José Zuquim Nogueira, autorizou a investigação contra outros cinco deputados estaduais - Romoaldo Júnior (MDB), Zé Domingos Fraga (PSD), Wilson Santos (PSDB), Baiano Filho (PSDB) e Ondanir Bortolini, o “Nininho” (PSD).

Lista dos depoimentos:

10/05, 10h – Mauro Luiz Savi 

10/05, 10h – Pedro Jorge Zamar Taques

10/05, 14h30 – Paulo Cezar Zamar Taques

10/05, 14h30 – Claudemir Pereira dos Santos

10/05,  16h30 – José Kobori

11/05, 10h – José Eduardo Botelho