O ex-secretário chefe da Casa Civil e suplente de senador, Mauro Carvalho (UB), associou a derrota do ex-deputado federal Neri Geller (PP) nas urnas na disputa pela cadeira no Senado Federal, a uma sucessão de erros, desde a escolha do grupo político à ataques e estratégias políticas ultrapassadas, cometidos pelo pepista, que segundo ele, faz parte de uma “velha política”, ao qual a população não acredita mais.

“O Neri Geller em todas as pesquisas eleitorais, nunca esteve em primeiro lugar. Em todas as pesquisas no mínimo aparecia na metade do percentual do primeiro colocado. Mas essa derrota do Neri não é só dele, é das pessoas que influenciaram e das que orientaram ele”, disse Carvalhom em entrevista à Rádio CBN Cuiabá, nesta quinta-feira (20).

O político se refere às cabeças da chapa, como o senador Carlos Fávaro (PSD), o prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (MDB), além de deputados federais e estaduais que compunham o grupo político da esquerda nas eleições deste ano, como Emanuelzinho (MDB), Rosa Neide (PT), entre outros. Todos, de acordo com Carvalho, agiram somente com ataques baixos a seus adversários o que levou à derrota da maioria de seus candidatos no Estado.

“A sociedade não suporta mais isso de você achar que Mato Grosso é curral eleitoral. As pessoas aqui tem discernimento, tem inteligência e vai eleger aqueles que são melhores para o crescimento do nosso Estado. Política não se resolve mais em sala de reuniões, tem que ter serviço prestado, articulação politica tem que ter conversas com a sociedade, não só com prefeitos e vereadores. Acabou aquele negócio de tapinha nas costas, as pessoas querem saber o que você vai fazer para melhorar a vida dele e da família dele, o que vai fazer na educação, saudade e segurança, é isso que interessa para sociedade. As pessoas têm que entender que a política mudou muito, e se as pessoas não evoluírem e continuarem pensando no passado ficarão fora do cenário político de Mato Grosso”, afirmou.

Além disso, Carvalho ressaltou que as estratégias tomadas pelo grupo de Neri em eliminar a chapa de deputado federal foi um “tiro no pé”. “O Neri fez um acordo com o Fávaro e com Bezerra eliminando a chapa de deputado federal do PP ano passado, como se naquele problema, tivesse resolvido o problema do Senado. Foram ate o Palácio [Paiaguás] pedir apoio do governador Mauro Mendes só que ele disse ‘de jeito nenhum, lá na frente vou ver quem vou apoiar pra senador’. Então foi feito um ‘plano B’ pelo Neri, que acabou não entregando nenhum deputado federal, acabou com  chapa no Estado e elegeu só dois deputados estaduais”.