Quarta-Feira, 29 de Novembro de 2023, 00h25
DESVIO DE R$ 6,3 MI
TJ reduz pena de ex-presidente da Câmara de Cuiabá e vê prescrição
Esquema de empresas fantasmas e clonagem de NFs aconteceu há 20 anos
LEONARDO HEITOR
Da Redação
A ex-presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, Francisca Emília Santana Nunes (Chica Nunes), teve novamente neste mês sua pena reduzida em uma ação penal em que responde por danos aos cofres públicos de R$ 6,3 milhões. Em agosto desse ano, a sentença já havia sido reduzida de 11 anos de prisão para 7 anos e 20 dias.
O novo recurso diminuiu este período para 6 anos e 16 dias e os desembargadores apontaram ainda a possibilidade de prescrição da pretensão punitiva contra a ex-parlamentar. Chica Nunes entrou com um recurso pedindo a readequação de sua pena, de 7 anos e 20 dias de reclusão, pelo crime de peculato, que deveria ser cumprida em regime semiaberto.
Ela apontava uma suposta omissão quanto ao afastamento da negativação da culpabilidade porque o primeiro e principal argumento utilizado pelo magistrado sentenciante para demonstrar a intensidade do dolo foi o fato dela ser presidente da Câmara, pedindo a retirada deste item na majoração da sentença. O argumento foi acatado pelos desembargadores, que ressaltaram que as premissas utilizadas na sentença de primeiro piso e no acórdão embargado, teriam identificado a ex-presidente da Câmara como liderança do esquema criminoso, por conta do cargo em que ocupava.
Os magistrados ressaltaram que as condutas são indissociáveis e estão inseridas no período em que os atos foram praticados [liderança e presidência da Câmara de Vereadores]. Ao acatarem o recurso, os desembargadores também destacaram a possibilidade de prescrição da punibilidade contra a ex-vereadora.
Isso porque a denúncia foi oferecida em outubro de 2009, enquanto a sentença condenatória de primeira instância foi prolatada apenas em dezembro de 2018 e ainda não transitou em julgado. “Com essas considerações, recurso conhecido e provido, com efeitos modificativos, para readequar a pena definitiva da embargante Francisca Emília Santana Nunes a 6 anos e 16 dias de reclusão e 26 dias-multa, em regime inicial semiaberto. Transitado em julgado, devolvam-se os autos à origem, com nota ao Juízo singular para que observe a ocorrência de prescrição, na modalidade retroativa, em relação ao embargante Francisca Emília Santana Nunes, considerada a data do recebimento da denúncia [22.10.2009] e da prolação da sentença condenatória [4.12.2018]”, diz a decisão.
O CASO
O esquema de licitações na Câmara de Vereadores de Cuiabá teria ocorrido entre os anos de 2005 e 2006. Na esfera cível, a ex-vereadora foi condenada a perda da função pública, suspensão dos direitos políticos por 10 anos, proibição de contratar ou receber benefícios com o Poder Público também por 10 anos, além de uma multa que pode chegar ao dobro do valor dos danos ao erário.
O marido da ex-presidente da Câmara de Cuiabá, Marcelo Ribeiro Alves, e também o delator do esquema, Silas Lino de Oliveira, foram condenados à mesma pena de “Chica”. Já o ex-secretário de finanças da Câmara, Gonçalo Xavier Botelho Filho, o ex-secretário-geral do órgão, Alessandro Roberto Rondon de Brito, e a ex-membra da comissão de licitação, Lúcia Conceição Alves Campos Coleta de Souza, também foram condenados em penas similares à Chica Nunes, com exceção da suspensão dos direitos políticos, que é de 8 anos.
De acordo com a denúncia, o esquema consistia na “duplicação” (clonagem) de notas fiscais e apresentação de notas frias, de “empresas fantasmas”, por integrantes do grupo que simulavam as licitações e se apossavam dos valores. O Ministério Público do Estado (MPMT) afirma que Chica Nunes era a responsável por determinar os valores e as “empresas” que sairiam vencedoras dos certames. Entre os anos de 2005 e 2006, conforme a denúncia, 107 processos licitatórios teriam sido fraudados, acarretando um prejuízo de R$ 6,3 milhões aos cofres do Poder Legislativo de Cuiabá.
O MPMT aponta ainda que ao menos dez empresas fantasmas participaram do esquema. Ex-vereadora e também ex-deputada estadual, Chica Nunes já foi condenada em 2012 pelo Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT) a ficar inelegível até 2016. Ela foi acusada de compra de votos nas eleições de 2006.
ELIANE HELOÃÂSA | 30/11/2023 08:08:35
Não há surpresa com essa justiça brasileira. Se descondenaram um preso para concorrer à presidência.
Marcos | 30/11/2023 03:03:13
I$$o Demonstra q o crime compensa neste paÃs Fui
Espiaso | 29/11/2023 18:06:55
CADE A JUSTIÇA? EP TEM QUE PAGAR OS VIGILANTES DA EDUCAÇÃO MUNICIPAL, PAGAR A PERICULOSIDADE E TA PARADO OS PROCESSOS TEM QUE PAGAR OS URVs E ESTÃO PARADOS. TEM CASOS QUE ESTA CONCLUSO PARA DECISÃO Hà DOIS ANOS E PAROU. SERVIDORES MUNICIPAIS TEM QUE RECEBER O QUE É DE DOREOTO. JUSTIÇA MT, POR FAVOR, COLABOREM COM OS SERVIDORES MUNICIPAIS DE CUIABÃ. TEMOS AÇÕES PARA SER JULGADAS E ESTÃO PARADAS NOS AJUDEM PELO AMOR DE DEUS ?
CIDADÃO ATENTO | 29/11/2023 12:12:05
Como a justiça é benevolente com corruptos. Não há NENHUM corrupto preso em MT (Riva, Bosaipo, Silval Barbosa, Paletó, Éder Moraes etc.). NENHUM pagou efetivamente pelas roubalheiras que praticaram e pelo enriquecimento ilÃcito que experimentaram. Será por quê? Justiça frouxa e conivente com os bandidos de colarinho branco. Vá o cidadão pobre furtar um supermercado para matar a fome de sua famÃlia (não que isso seja certo; é errado!!!); irá para cadeia e não sairá de lá tão cedo. Agora os bacanas roubam bilhões do dinheiro público, dos trouxas que pagam seus tributos, e NADA ACONTECE. Que justiça é essa, meu DEUS?
Näo Eleitor em Mato Grosso.J | 29/11/2023 09:09:14
Será o que acontece nesse "judiciário " de Mato Grosso.?! Coisas extra-terrestres estão acontecendo.
Galileu | 29/11/2023 07:07:57
Mas como é bom ser vereador e sumir com 6,3milhões e não acontecer nada. Sugiro a ex vereadora entrar na justiça contra o poder público cobrando danos morais, visto que foi punida sem culpa.
Lud | 29/11/2023 07:07:22
Aqui no MT pode-se meter a vontade mão no dinheiro público:saúde, educação e por aà vai, e amarrar o burro na sombra e esperar alguns anos sem devolver o q roubou que o TJ se encarrega de inocentar o larápio.
Antonio | 29/11/2023 06:06:27
Roubar é maravilhoso, o mundo conspira a seu favor!
Queps | 29/11/2023 05:05:54
Roubou na cara de pau e ainda sai com louvores de honesta. A justiça tinha que reaver todo o dinheiro roubado e dado cadeia para essa pilantra.
Wanderley | 29/11/2023 05:05:41
Teria que investigar e punir severamente o responsável pela prescrição, afinal, prescreveu, e ninguém é responsabilizado???? Como assim??? Temos que ter urgente o controle externo do judiciário. As decisões pertencem aos juÃzes, porém, após suas decisões caberá a uma controle externo para análises, assim também teria que ser com o MP.
Justiça mantém desconto salarial em servidores por faltas sem explicação em MT
Segunda-Feira, 21.07.2025 22h05
Ex-secretário de EP, vereador critica rombo no Alencastro
Segunda-Feira, 21.07.2025 20h39
Assembleia debate sobre loteamentos populares
Segunda-Feira, 21.07.2025 19h06
Quem é o lobista que ficou esquelético após 8 meses de prisão por esquema de vendas de decisões judiciais
Segunda-Feira, 21.07.2025 17h29
"Sou bem atendida", diz prefeita de VG sobre Lula
Segunda-Feira, 21.07.2025 17h06