O desembargador do Tribunal Federal, Hilton Queiroz, concedeu na tarde de anteontem uma medida cautelar inominada determinando que o juiz da 5ª Vara Federal em Mato Grosso, Jefferson Scneider, seja impedido de adotar qualquer medida nação penal respondida pelo advogado Julier Sebastião da Silva (PMDB) e o empresário Osvaldo Cabral. Os dois foram denunciados em fevereiro pelo Ministério Público Federal sob acusação de lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva através de uma suposta venda de sentenças para grandes construtoras.

Hilton Queiroz concedeu a liminar após um pedido de impedimento e suspeição ex-juiz federal contra o magistrado responsável pela "Operação Ararath" em Mato Grosso. Em sua decisão, o desembargador proíbe imediatamente, sob de medidas administrativa infracionais, qualquer movimentação processual até que o mérito da cautelar seja analisado, o que pode resultar no futuro no afastamento de Scheneider das ações movidas contra Julier pelos procuradores do MPF.

No pedido de suspeição feito ao TRF, o advogado Fernando Henrique Nogueira, que atua na defesa do ex-magistrado, apontou suposta parcialidade de Schneider pelo fato de Julier ter condenado o pai dele a devolver cerca de R$ 20 milhões a União numa ação desapropriação de terras. Também é citado a decisão à época que Julier mandou investigar através de inquérito um irmão de Schneider por uso de procuração de um morto e anexou um ofício da Caixa Econômica Federal.

Para  jurista, o juiz estaria interessado em condenar rapidamente Julier por "mágoa eterna e revanchismo familiar". Hilton Queiroz reforça a suspensão de audiência de instrução e julgamento que estava prevista para esta tarde por suspeita de "coação ilegal de testemunhas".

Segundo o desembargador, a paralisação do processo é correta para analisar mais profundamente os argumentos de Julier contra Jeferson. "Os argumentos apontam para um exame minucioso das alegações iniciais, a fim de se afastar eventual vício no âmbito das ações", argumenta.

Nesta semana, é a segunda vitória jurídica do pré-candidato a prefeito de Cuiabá no TRF. Ele conseguiu na segunda-feira suspender uma audiência e agora espera outros dois pedidos de liminares sigilosos.

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