Cidades Segunda-Feira, 25 de Abril de 2022, 09h:14 | Atualizado:

Segunda-Feira, 25 de Abril de 2022, 09h:14 | Atualizado:

DÉFICIT HABITACIONAL

361 mil mato-grossenses não têm acesso à moradia digna

 

Dantielle Venturini
Gazeta Digital

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Mais de 361 mil pessoas vivem sem acesso a uma moradia digna em Mato Grosso. No Estado, o deficit habitacional alcança mais de 140 mil famílias que não têm acesso a uma habitação segura e de qualidade. Os dados são da Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania (SetascMT) que apontam ainda que os números representam 27% das pessoas inscritas no Cadastro Único. Em Cuiabá, são mais 91 mil famílias nessa situação.  

No país onde a habitação é um dos direitos fundamentais garantidos na Constituição Federal, basta passar por regiões periféricas das cidades, como na capital mato-grossense, para constatar a distância entre a lei e a realidade. Quando pensamos em deficit habitacional, pensamos apenas em famílias sem casa.  

O deficit habitacional vai além das famílias que não possuem um teto e abrange também moradias em situações precárias como casas improvisadas, cômodos e também as famílias que enfrentam os valores excessivos de aluguéis.  

Em Cuiabá, assim como em outras capitais, a falta de empenho em colocar em prática políticas de habitação já existentes tem levado cada vez mais pessoas a invasões de terrenos públicos, privados e áreas verdes formando assim aglomerados de moradias em vulnerabilidade social onde as famílias vivem a luta pela casa própria. No bairro Ubirajara, por exemplo, mulheres, idosos, pessoas com deficiência dividem um espaço particular invadido em um amontoado de barracas de lona e resto de materiais.  

A área, que é alvo de processo judicial, na última semana teve parte dos barracos destruídos, após uma decisão de reintegração de posse. Durante a ação, a defesa das famílias conseguiu suspender a reintegração por mais tempo, mas antes disso muitas famílias assistiram com tristeza suas casas ruírem em poucos segundos.  

Lucila Vicente Krauze, 67, em pé ao lado de suas coisas e apontando para os destroços que restaram no local lamenta a situação. “Aqui era tudo que eu tinha. Minha vida inteira morando de favor com as pessoas, quando pensei que tinha conseguido realizar esse sonho, tudo foi destruído”.  

O barraco era uma peça pequena, sem divisão, onde ela e o filho, que é alcoólatra e sofre de problemas de ordem mental, moravam. “Agora não tenho para onde ir, vou ter que pedir abrigo a parentes que também são apertados”.  

Assim como ela, Auteliza Cavalcante de Oliveira, 44, teve também seu barraco derrubado. Ela que morava no local com o marido e mais 4 filhos, todos menores de idade, lembra dos sonhos e da luta para construir sua “casa”. “Carregamos tudo aqui na cabeça, nas costas. Levantamos com materiais doados ou que achávamos. Aqui tinha o nosso suor e é triste saber que em segundo derrubaram tudo”. Agora ela conta que a família deve se abrigar na casa da sogra até conseguir levantar novamente o local.  

Em meio à pandemia da covid-19, em plena campanha “fique em casa”, que acontecia em um momento onde a economia era afetada, Nayara de Souza Moura, 21, era despejada de sua casa por não conseguir mais pagar o aluguel. “Já estava difícil para gente, antes da pandemia, honrar com o valor, mas depois ficou impossível”, lembra. Ela, que está grávida, o marido e outras 3 crianças moram desde então em um barraco improvisado na região do bairro Ouro Fino. O próprio marido foi quem levantou o barraco de um único cômodo. “Se eu sair daqui não sei para onde vamos, só temos isso aqui”.  





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Comentários (4)

  • Ana

    Segunda-Feira, 25 de Abril de 2022, 15h12
  • precisa pegar aquele povo que consegue as vezes ate 2 casas por familia e depois vende ou aluga, ne? deveriam ser impedidos de entrarem na fila novamente, não é?
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  • Observador

    Segunda-Feira, 25 de Abril de 2022, 14h19
  • A mulher que tem 3 filhos já está esperando o 4°. Assim fica difícil o pobre sair da pobreza. Tem que fazer uma laqueadura. A vida tá difícil pra todo mundo. Encher a casa de filhos é atraso de vida.
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  • MARIA FLOR DOS SANTOS

    Segunda-Feira, 25 de Abril de 2022, 13h30
  • E eu sou servidora do Estado sou Auxiliar de Serviços tenho 67anos e 29 anos de estado moro de aluguel pois nunca cosegui ter um barraquinho .Não tenho coragem de invadir nada enjoei de fazer inscrição e nunca me deram. E o governo não vê nem seus servidores mas ainda sonho uma casinha para mim repousar.
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  • Gilston

    Segunda-Feira, 25 de Abril de 2022, 13h18
  • Aqui no bairro Dom Bosco, tem varias famílias que envidaram a beira do córrego do Barbado APP, não por precisam de casa e sim especulação imobiliária já que o Dom Bosco fica ao lado do shopping Pantanal. Aqui na invasão os moradores já construirão piscinas outros ampliaram as casas outros montaram bares outros construíram quitinete tudo na barba do prefeito Emanuel Pinheiro e dos vereadores, o pior, MP não faz nada pra tirar os invasores da beira do córrego que estão jogando esgoto na água do Babado.Antes estes invasores tinha o apoio do Dr Ari praeiro, agora não sabemos que esta mantendo esta gente na beira do córrego do barbado. Meio ambiente pede socorro
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