Cidades Terça-Feira, 25 de Fevereiro de 2014, 12h:15 | Atualizado:

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Audiência sobre segurança pública traz resultados para Campo Verde

 

Da Redação

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O aumento da criminalidade e a busca por melhorias na segurança pública de Campo Verde (130 km de Cuiabá) foi o tema de uma audiência pública, requerida pelo deputado estadual  Ademir Brunetto (PT), na Associação Comercial e Industrial de Campo Verde – ACICAVE, na tarde da última sexta-feira, dia 21. O objetivo foi buscar ações efetivas de repressão e prevenção no combate à violência, além de ouvir os problemas sobre a falta de segurança.

Além do deputado Brunetto, a reunião contou com a  presença do deputado José Domingos Fraga (PSD), do secretário-adjunto de Políticas, Programas e Projetos da Secretaria de Estado de Segurança Pública- SESP, coronel BM Marcos Hübner; do diretor Geral da Polícia Judiciária Civil, Anderson dos Anjos, do comandante da Policia Militar, cel. Nerci Denardi, do prefeito Fábio Schroeter, do presidente da Câmara de Vereadores, José Humberto dos Santos e representantes do judiciário e do ministério público local.

A situação chegou a um ponto com a falta de segurança  no município que a comunidade pediu o apoio do deputado Brunetto para convocar as autoridades estaduais responsáveis por este setor e desta forma traçar estratégias de enfrentamento à criminalidade. Além do aumento dos roubos a residências e aos comércios, a falta de efetivo também foi um dos problemas destacados pelos munícipes.

Dados da Polícia Militar do município comprovam que desde 2011 o número de policiais diminuiu em 06 vagas, e hoje, na cidade somente 21 policiais militares fazem parte do comando. Outro dado que impressiona é o aumento do número de ocorrências, sendo que há quatro anos o total de registros era de 241 casos, e, este ano somente na primeira quinzena de fevereiro já havia passado de 30 acontecimentos, fora aqueles que não procuram a delegacia para registrar os pequenos furtos.

Entre os assuntos que dividem opiniões é a construção de uma cadeia pública. Atualmente, não existe na cidade onde colocar os presos detidos e a obra representaria um avanço para o setor. 

Para o promotor Marcelo Correa a falta de uma cadeia no município compromete o trabalho da policia militar visto que os policiais têm que sair do município deixando a cidade desprotegida. Outra dificuldade é conseguir vagas para os detentos de alta e média periculosidade que precisam ser encaminhados aos  municípios como Primavera do Leste, Chapada dos Guimarães e Dom Aquino, que encontram-se superlotados e não estão mais recebendo presos de Campo Verde. Mais um problema lembrando pelo promotor é a dificuldade de deslocamento, por isso muitos presos são postos em liberdade por excesso de prazo ou por não terem sido julgados em tempo razoável.

Emendando a fala do promotor a juíza, Maria Lúcia Prati, disse que tem que implorar pelas vagas.”Necessitamos urgente de uma cadeia pública em Campo Verde, a superlotação em outros municípios favorece a falta de segurança, por isso temos que fomentar para a construção da cadeia pública ou de um presídio na cidade” destacou a magistrada. 

Segundo ela, “o que acontece é que os bandidos que cometem os delitos na cidade, e são capturados pela PM, geralmente são soltos pelo judiciário, devido à falta de estrutura e local para mantê-los o que faz eles retornarem para as ruas no dia seguinte”, avaliou desanimada a juíza.

O prefeito Fábio Schroeter informou da dificuldade em se conseguir um terreno para construir a cadeia pública até por resistência dos próprios moradores da cidade. ‘Estamos procurando uma área que será repassada ao Estado para que possa ser construída a cadeia pública. De imediato a prefeitura está instalando câmeras de vídeo pelo município para fazer um monitoramente 24 horas nos pontos de maior movimento da cidade”, ressaltou o prefeito.

Vários problemas foram pontuados sendo os motivos pelo aumento da criminalidade em Campo Verde: o primeiro é a proximidade com os grandes centros, como Cuiabá e Várzea Grande e outro fator agravante  trata-se do fechamento do Posto da PRF, na BR-070, fora a divulgação de que o município possui o 4º maior PIB agrícola do Brasil e isso levou a um grande fluxo migratório.

Contudo, todos participantes do evento foram unânimes em destacar como o maior problema a falta de efetivo policial, que gerou até mesmo a condenação em 2011 do Governo Estadual para que ele aumente o efetivo da Polícia Militar e da Policia Civil, além de um delegado privativo e a construção da cadeia pública no município. Entretanto até agora a sentença não foi cumprida. O que exaltou os ânimos daqueles que assistiam a reunião.

O Comandante Geral da Polícia Militar, Cel. Denardi, explicou que o Estado de Mato Grosso é pujante e as policias tanto militar quanto civil não acompanham a demanda.  De acordo com ele, hoje na Polícia Militar de Mato Grosso existem cerca de 6700 policiais, destes, parte estão em férias, licenciados, afastados por questões administrativas, prestes a aposentar, cedidos ou trabalhando na parte administrativa, então, a única solução é a contratação imediata de mais efetivo. “Estaremos realizando brevemente o concurso público onde 1200 policiais serão incorporados. Já esta no planejamento o envio de 16 policiais após a realização da efetivação, porém enquanto isso não acontece estou determinando imediatamente o envio de uma equipe tática de período em período para atender a cidade”.

Para o representante da Secretaria de Estado de Segurança Pública Cel. Hübner todas as reivindicações serão encaminhadas ao governo estadual, porém serão incluídas em um programa de segurança em longo prazo. Inclusive com ações em conjunto com a Secretaria de Educação e que interfiram também na educação dos jovens, isso inclui medidas que objetivam responsabilizar os adolescentes desde os primeiros atos infracionais, mais leves, evitando que ele chegue até a internação.

Brunetto enfatizou que a sociedade não suporta mais os níveis de violência no município. A partir de agora vou cobrar as ações efetivas que eles propuseram no aguardo de que elas tragam resultados para a comunidade. O parlamentar falou também da importância de ações compartilhadas entre a sociedade civil organizada e as policia militar e civil.

“Acredito que a mudança do modelo de segurança pública e melhora da segurança humana são possíveis, desde que as políticas públicas e as comunidades se empenhem juntos nesta direção.  A comunidade deve se identificar com essas políticas, e ser parceira na elaboração de um Contrato Local de Segurança. Para isso, é fundamental a criação de um conselho comunitário de segurança. A mudança do modelo de Segurança Pública e melhora da segurança humana são possíveis, desde que as políticas públicas e as comunidades se empenhem juntos nesta direção”, avaliou o parlamentar.

Para o empresário José Carlos Dolphine os insistentes casos de arrombamento e assalto a mão armada são a provas que vivemos em um momento delicado. “O problema da falta de segurança pública se arrasta por anos. A população esta intranquila e a falta de segurança trás este sentimento de revolta nos moradores da cidade. Este resultado apesar de paliativo trás um pouco de alívio para todos. Sabemos do empenho dos policiais da cidade que ficam com as mãos atadas por falta de viaturas e de policiais, tudo isso pela ineficiência do Estado”, advertiu o empresário.

Entretanto os problemas das policiais não estão somente na falta de efetivos. A comunidade vem se mobilizado para ajudar as policias em alguns problemas de atendimento em geral. No final do ano, os comerciantes fizeram um arrecadação para compra de materiais de consumo como papéis, cartuchos para impressora, canetas, etc, além de ajudarem na reforma do teto da delegacia.

Para a Polícia Militar, a comunidade campo-verdense ajudou a reparar uma das viaturas do comando. “A ineficiência do estado é tão grande que se a comunidade não ajudar as policias tem que fechar suas portas aqui”, disse A.M.F. um dos empresários e moradores há mais de 25 anos da cidade, e prefere não ser identificado após três assaltos ao seu comércio e um arrombamento em sua residência.





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