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Morto no último sábado (6), após ter sido alvo de um atentado a tiros na manhã de sexta-feira (5), o advogado Renato Gomes Nery fez uma representação junto à Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Mato Grosso (OAB-MT), onde pede a investigação de um colega de profissão. No documento, ele cita uma disputa judicial referente a uma propriedade rural de mais de 12 mil hectares, que tramita há 40 anos, e também lembra a excução do também advogado Roberto Zampieri, ocorrida em dezembro de 2023, em circunstâncias semelhantes.
A representação disciplinar formulada por Renato Gomes Nery pedia uma investigação contra o também advogado Antônio João de Carvalho Júnior, onde narrava uma disputa judicial que já dura 40 anos. No documento, o jurista morto no último sábado (6) aponta que o imbróglio se trata de uma ação de reintegração de posse, proposta por uma mulher contra o cliente do seu colega de profissão.
Na denúncia,Renato Nery cita dezenas de pessoas de fazerem parte de um complô para tomar área na cidade de Novo São Joaquim. São destacados nomes de desembargadores, juízes, advogados, filhos de magistrados, empresários do agronegócio, além de um ex-secretário da Casa Civil no Governo de Mato Grosso que hoje atua como advogado em Brasília (DF).
O documento, de 26 páginas, foi encaminhado para a presidente da OAB-MT, Gisela Alves Cardoso, três semanas antes do assassinato. Na representação, Renato Gomes Nery explica que foi contratado para atuar no caso em outubro de 1988, quando o processo tramitava em Barra do Garças.
A área em questão possuía 12.413 hectares, na região do Projeto Itaquerê e, desde então, se iniciou uma disputa que envolveu supostas irregularidades em assinaturas, invasões de terra e ocupação por posseiros. Renato Gomes Nery narrou, no documento, que chegou a receber uma parcela de 2.579 hectares da propriedade, para pagamento de seus honorários, em novembro de 2001.
“O advogado Renato daí em diante travou lutas jurídicas de grande monta para buscar seus honorários, inclusive custeando perícia total sobre o imóvel. Nessa guerra eles conseguiram receber amistosamente de Moacyr Tortato parte da área, 2.260 hectares, que à época estava arrendada. No entanto o mesmo não aconteceu com o resto do imóvel que estava em poder de outros aventureiros e já haviam ajuizados diversas ações de embargos de terceiros”, diz trecho do documento. O desabafo de Renato Gomes Nery segue, pontuando que Antônio João de Carvalho Júnior teria conseguido um acordo mediante fraude e coação para dar validade à uma ação de nulidade perdida no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).
O jurista aponta um suposto ‘formigueiro humano’ preparado para usurpar dele o direito de receber seus honorários obtidos no longo processo de reintegração de posse. “O processo retro citado é obra prima de uma advocacia desqualificada, perigosa, que não permite a militância do seu protagonista nos foros pátrios. O representado pelo modo de agir, como ficará bem demonstrado, será levado ao opróbio e em consequência a suspensão definitiva de suas atividades deverá ser proclamada pela Instituição. O conjunto de atos praticados revela que ele coordena um grupo de indivíduos para o exercício da advocacia chicaneira dentro o fora do poder judiciário. Há um verdadeiro formigueiro humano preparado para usurpar direito do representante receber seus honorários duramente obtidos no longo processo de reintegração de posse”, apontou.
Na petição entregue a OAB, Renato Gomes Nery cita até mesmo a morte do advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro de 2023, na porta de seu escritório. Ele aponta ainda que Antônio João de Carvalho Junior seria proprietário de um “escritório do crime”, com a participação de outros juristas.
“Por esta negociação falsa, quiçá criminosa, que o advogado Renato (Representante), doente e coagido entregou-lhe grande parte do imóvel que representava os honorários auferidos na reintegração de posse onde atuou por longa data. O famigerado acordo foi realizado em termos quilométricos elaborados pelo advogo Antônio João de Carvalho Júnior (Representado) a fim, por vias travessas, sacramentar a nulidade das cessões possessórias passadase. Nesse instrumento o advogado Renato G. Nery e o cliente ficaram “a ver navios” o primeiro quanto aos honorários; e segundo quanto à área adquirida por compra e venda”, apontou.
O advogado Renato Gomes Nery, ex-presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), morreu na madrugada deste sábado (6) após sofrer uma tentativa de homicídio na manhã desta sexta-feira (5) em frente ao seu escritório na Avenida Fernando Corrêa da Costa, em Cuiabá. Ele tinha 72 anos de idade e foi alvejado ao menos por dois tiros dos sete disparados por dois homens que estavam na calçada da movimentada avenida.
Renato Nery na madrugada de sábado, conforme a assessoria de imprensa do hospital Jardim Cuiabá. Ainda na sexta-feira, ele passou por uma cirurgia que durou seis horas para retirada dos projéteis alojados na cabeça e tórax e foi encaminhado a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde não resistiu.
Imagens de uma câmera de segurança mostram o momento em que Renato caminha até a porta do escritório e, em seguida, é atingido por disparos e cai no chão. Os suspeitos dos disparos não foram localizados. O celular de Renato também foi apreendido. Ele tinha uma atuação intensa em disputas bilionárias por terras no Estado.
Renato foi presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Mato Grosso (OAB-MT) e conselheiro Federal da OAB, na gestão 1989 – 1991. Ainda não foram divulgados locais do velório e sepultamento.
Maurinho
Segunda-Feira, 08 de Julho de 2024, 16h21Nelson
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