O governador Mauro Mendes (DEM) deve se reunir com outros seis governadores do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento do Brasil Central (BrC), nesta terça-feira (27), para discutir a compra de vacinas contra a Covid-19. A informação confirmada pela assessoria do governo.
A reunião foi marcada após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) negar, nessa segunda-feira (26), o pedido de autorização para a importação da vacina russa Sputnik V.
Além de MT, o consórcio é formado pelos seguintes estados:
Goiás
Distrito Federal
Mato Grosso do Sul
Maranhão
Tocantins
Rondônia
O grupo havia assinado um contrato de intenção de compra direta para aquisição de 28 milhões de doses da vacina.
A previsão era que Mato Grosso recebesse 1,2 milhão de doses da vacina. Com isso, ampliaria os grupos da campanha de imunização para até 30 anos.
O Consórcio informou que vai aguardar um posicionamento do Supremo Tribunal Federal (STF) para reavaliar a compra da Sputnik V.
Em caso de autorização do STF a decisão será tomada em conjunto pelos sete governadores.
Resumo da decisão da Anvisa
Decisão unânime foi tomada após 14 estados pedirem autorização para importação emergencial de quase 30 milhões de doses;
Três gerências técnicas da agência (medicamentos, fiscalização e monitoramento) deram pareceres contra a importação;
Anvisa apontou que NÃO recebeu relatório técnico capaz de comprovar que a vacina atende a padrões de qualidade e NÃO conseguiu localizar o relatório com autoridades de países onde a vacina é aplicada;
Anvisa diz que a maioria dos países que autorizaram a aplicação da vacina não têm tradição na análise de medicamentos; além disso, em 23 países com contrato, a vacinação não começou;
Gerência de Medicamentos apontou diversas falhas de segurança associadas ao desenvolvimento do imunizante. Na mais grave, explicou que o adenovírus usado para carregar o material genético do coronavírus não deveria se replicar, mas ele é capaz de se reproduzir e pode causar doenças;
Gerência de Inspeção e Fiscalização relatou que técnicos da Anvisa não puderam visitar todos os locais de fabricação da vacina durante inspeção na Rússia; dos sete pontos previstos, técnicos conseguiram visitar apenas três locais;
Fundo Russo tentou cancelar inspeção presencial e não autorizou acesso ao Instituto Gamaleya, que faz o controle de qualidade;
Anvisa não conseguiu identificar os fabricantes da matéria prima da vacina.
Ggm
Terça-Feira, 27 de Abril de 2021, 16h57