Cidades Quinta-Feira, 01 de Abril de 2021, 05h:00 | Atualizado:

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Filha denuncia cobrança de R$ 110 mil por leito de UTI

 

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Desesperadas por uma vaga de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para o pai com covid-19, Alexandra Aparecida Andrade tem buscado todos os hospitais na esperança de um leito e a reposta é sempre a mesma: não temos vaga. Até que ela encontrou espaço em uma unidade de saúde de Alta Floresta (803 km ao Norte). No entanto, a diária é de R$ 20 mil, quase 3 vezes mais que os outros. O “pacote” para garantir atendimento ao paciente custa R$ 110 mil.

Preocupada com o pai e indignada com o valor abusivo, a mulher denunciou ao  que o hospital cobra R$ 10 mil somente para “reservar” a vaga de UTI. Além disso, o hospital Santa Rita oferece 5 diárias para atendimento, que somam R$ 100 mil. O valor não é negociável e deve ser transferido para a conta da empresa no ato na internação. “A gente não tem como arrumar esse dinheiro de uma hora para outra. Oferecemos depositar R$ 30 mil como um calção até acionar a Justiça ou conseguir o resto, mas não teve jeito. Eles não aceitam”, informou a filha.

O pai de Alexandra foi diagnosticado com o novo coronavírus na segunda-feira (29) e internado em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Colíder (650 km ao Norte). Ele foi intubado na UPA porque não havia vaga no hospital regional da cidade. Como o quadro se agravou, ele foi removido para enfermaria do regional, assim que um paciente internado no local melhorou e trocou de lugar com ele na Upa. “O estado dele é grave. A saturação está em 80% e os pulmões comprometidos. Procurei vaga em todos os hospitais da região e até em Manaus”, informou.

Alexandra conta que outros parentes precisam de UTI e pagaram entre R$ 7 mil a R$ 8 mil a diária. Ela buscou esses hospitais de Colíder, Sorriso e Sinop, mas não achou leito. Até que buscou Alta Floresta e se deparou com os valores exorbitantes.

Em um áudio encaminhado pela denunciante ao , uma funcionária do hospital narra que “R$ 10 mil é pela reserva do leito. Não temos como segurar o leito até o paciente chegar. Daí a gente cobra esse valor. R$ 10 mil a gente pede um sinal para toda a logística do leito, os medicamentos que ele vai precisar. Esse R$ 100 mil fica como saldo que vai debitando todos os dias. É R$ 20 mil por dia, que inclui material, medicação, horário médico, hemodiálise, fisioterapia, nutricionista, oxigênio. Tudo que for preciso para o tratamento dele”. Exames laboratoriais, de imagem e traqueostomia não são inclusos no valor.

Após 5 dias é cobrado novamente os R$ 100 mil para debitar diariamente. Caso a pessoa não tenha dinheiro para os outros dias, fica o débito pendente e o assunto é tratado com o jurídico do hospital. “A família tem que se organizar e pagar”, assevera a atendente. “Estou com 4 pacientes na fila de leitos, quem pagar primeiro fica com o leito”, informou. “Esses R$ 10 mil é pela reserva do leito, eu não vou te devolver. Agora esses R$ 100 mil, se ele não vier eu vou te reembolsar”, descreve a servidora do hospital. Ela justifica que o alto valor é decorrente da dificuldade de logística de medicação ao interior e também manutenção de profissionais.

Alexandra relata que já acionou a Defensoria Pública, mas ainda não teve a decisão judicial para que o Estado arque com a internação do idoso. A Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que cumpre as decisões judiciais, mas não tem controle sobre os preços cobrados pelas unidades de saúde.

O Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de Mato Grosso (Sindessmat) informou que cada unidade determina valores de acordo com seu custo. O Hospital foi procurado, mas as ligações não foram atendidas.

 





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