Cidades Segunda-Feira, 16 de Dezembro de 2024, 15h:37 | Atualizado:

Segunda-Feira, 16 de Dezembro de 2024, 15h:37 | Atualizado:

RELATÓRIO

IBGE divulga a Síntese de Indicadores Sociais 2024 em MT

 

Da Redação

Compartilhar

WhatsApp Facebook google plus

IBGE.jpg

 

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE divulga, neste informativo, a Síntese de Indicadores Sociais 2024: uma análise de vida da população brasileira 2024 (SIS 2024) para todo o Brasil, com ênfase nos dados de Mato Grosso. A Síntese de Indicadores Sociais traça um perfil das condições de vida da população brasileira, procurando ressaltar os níveis de bem-estar das pessoas, famílias e grupos sociais, tendo como eixo de análise principal a perspectiva das desigualdades (entre os grupos sociais e de acesso a serviços).

Os temas estão organizados em cinco eixos fundamentais e complementares: Estrutura econômica e mercado de trabalho; Padrão de vida e distribuição de rendimentos; Educação; Condições de saúde; e Condições de vida segundo estratos geográficos.

As desigualdades sociais foram investigadas segundo desagregações geográficas diversas – Grandes Regiões, Unidades da Federação e Municípios das Capitais.

Estrutura Econômica e Mercado de Trabalho

A estrutura econômica e mercado de trabalho, relaciona os resultados dessa temática ao comportamento da economia no período mais recente, com destaque para as tendências observadas em 2023. Procurou-se ressaltar a existência de desigualdades estruturais, evidenciadas no perfil das pessoas que, majoritariamente, mantêm-se na informalidade, na subocupação, na desocupação, ou são excluídas da força de trabalho, sobretudo aquelas consideradas mais vulneráveis, como as de cor ou raça preta ou parda, mulheres e jovens, em especial os que não estudam e não estão ocupados.

A síntese dos indicadores 2024 apontou que Mato Grosso apresentou queda na taxa de Observando a desagregação por gênero no estado, a desocupação entre homens foi de

2,5% em 2023, enquanto entre as mulheres o índice chega a 4,5%, no mesmo período.

A pesquisa também revela diferenças quando se considera a cor ou raça da população.

A taxa de desocupação entre a população preta ou parda foi de 3,6%, contrastando com 2,8% para a população branca.

A pesquisa também apontou que, em Mato Grosso, a população entre os jovens de 14 a 29 anos desocupada diminuiu de 7,6% em 2022 para 7,1%, em 2023. Para os grupos de idade de 30 a 49 anos a taxa de desocupação foi de 1,8% e entre as pessoas com 50 anos ou mais, a taxa foi de 0,7%.

Em Cuiabá, de acordo com a SIS 2024, a capital apresentou aumento na taxa de desocupação passando de 4,5% em 2022 para 5,9% em 2023. Apresentou, a exemplo do estado, desigualdade entre os gêneros, com 4,8% de homens desocupados e 7,1% para mulheres. Ao desagregar por cor ou raça, observa-se que a desocupação da população branca foi de 4,5%, enquanto a população preta ou parda registrou um índice de 6,6%.

O rendimento médio real habitualmente recebido no trabalho principal em Mato Grosso passou de R$ 2.932, em 2022, para R$ 3.181, em 2023, aponta a SIS 2022 (Síntese de Indicadores Sociais). 

Na desagregação do rendimento do trabalho principal, por cor ou raça, houve aumento na disparidade do rendimento entre as pessoas brancas e pessoas pretas ou pardas. Nesta desagregação, os dados indicam que em 2022, as pessoas de 14 anos ou mais de idade da cor branca recebiam, em seu trabalho principal, 39,9% a mais em relação ao rendimento das pessoas pretas ou pardas. Em 2023, entretanto, essa diferença saltou para 69,8%. O rendimento médio real do trabalho principal habitualmente recebido por mês, pelas pessoas de 14 anos ou mais de idade, por cor ou raça preta ou parda, passou de R$ 1.911 em 2022 para R$ 2.070 em 2023, enquanto o rendimento médio habitualmente recebido por mês, pelas pessoas de 14 anos ou mais de cor ou raça branca, em 2022, passou de 2.674 para 3.514 em 2023.

Já para a capital, o rendimento médio real habitual recebido por mês pelas pessoas de 14 anos ou mais de idade, em Cuiabá, passou de R$ 2.913 em 2022 para R$ 4.013 em 2023.

Padrão de vida e distribuição de rendimentos

A análise de distribuição de rendimentos em um país é um importante meio para se compreender as condições de vida de uma população, seja por meio do rendimento per capita ou pelo cálculo do índice de Gini, que mede as desigualdades na distribuição de rendimentos, sendo utilizado para balizar políticas públicas de diferentes países. Este último índice sintetiza a distribuição de renda em um valor de 0 (situação de perfeita igualdade nesta distribuição) a 1 (de perfeita desigualdade, onde todo o rendimento está concentrado nas mãos de uma única pessoa).

No comparativo entre 2022 e 2023, a síntese indica que Mato Grosso apresentou um aumento percentual no rendimento domiciliar médio per capita de 15,2%, passando de R$ 1.692 em 2022 para R$ 1.948 em 2023, ficando acima da média observada no Brasil (11,5%) e na Região Centro-Oeste (13,8%). Ao considerarmos todas as capitais das Unidades Federativas, Cuiabá apresentou o segundo maior aumento geral neste índice, com um acréscimo de 35,6% no rendimento médio per capita das famílias, apresentando um valor de R$ 1.875 em 2022 e R$ 2.542 em 2023.

A SIS 2024 aponta também que Mato Grosso, em 2023, apresentou o quarto menor índice do país no que diz respeito à razão entre os rendimentos médios dos 10% da população com maior rendimento e dos rendimentos médios de 40% da população com menor rendimento, com uma razão de 8,7, isto é dizer que 10% da população com os maiores rendimentos médios recebem em média 8,7 vezes mais que os 40% da população com os menores rendimentos médios.

Essa razão reflete-se no índice de Gini, com Mato Grosso apresentando no ano de 2023 um valor de 0,452 – lembrando que quanto mais próximo a 0, menos desigualdade há na distribuição de renda – passando do terceiro menor índice do país em 2022 para o segundo menor em 2023 (Tabela 1), atrás apenas de Santa Catarina, com índice de Gini em 0,418.

Entre 2022 e 2023, houve em Mato Grosso uma redução da extrema pobreza na ordem de 1,5 ponto percentual, passando de 4,1% para 2,6% da população vivendo com menos de US$ 2,15 por dia. Já em Cuiabá, este índice apresentou uma queda de 1 p.p, sendo que em 2022 4,2% da população cuiabana vivia abaixo da linha de extrema pobreza e em 2023 este número representava 3,2% dos habitantes da Capital.

Educação

O capítulo está dividido em três tópicos: o primeiro apresenta indicadores de frequência e atraso escolar, ao passo que o segundo focaliza a distribuição dos estudantes nas redes pública e privada de ensino; e o terceiro traz indicadores de nível de instrução e analfabetismo da população mato-grossense.

Frequência e atraso escolar

A síntese dos indicadores 2024 apontou que a taxa de frequência escolar bruta em Mato Grosso recuou, de 2022 para 2023, em quase todos os grupos de idade, com exceção do

grupo de 0 a 3 anos e do grupo de 25 anos ou mais (Tabelas 2 e 2.1). A taxa de frequência escolar bruta considera apenas a frequência à escola em qualquer nível – ainda que não seja adequado àquela faixa etária, ou seja, é um indicador que mede o acesso à escola e não o atraso escolar. Uma forma de medir a frequência à escola na etapa adequada é por meio da taxa ajustada de frequência escolar líquida (Tafel), que representa a proporção de pessoas que frequentam a etapa de ensino adequado à sua faixa etária ou que já a haviam concluído, de acordo com a organização do sistema educacional brasileiro.

Ao comparar os indicadores de frequência escolar líquida entre 2022 e 2023, Mato Grosso registrou uma redução nos índices em quase todos os grupos de idade. A única exceção foi o grupo de 11 a 14 anos, que apresentou um aumento de 1,5 p.p, passando de 90,1% em 2022 para 91,6% em 2023. Nos demais grupos, a taxa de frequência escolar líquida sofreu queda, conforme apontam os dados das Tabelas 3 e 3.1.

Em relação às Unidades da Federação, em 2019, somente Roraima não havia atingida Meta 2 do PNE1 , com a Tafel para pessoas de 6 a 14 anos de idade de 93,7%. Por sua vez, em 2023, 15 das 27 Unidades da Federação deixaram de cumprir essa meta:

Roraima (90,6%); Mato Grosso (91,5%); Paraná (93,1%); Rio de Janeiro (93,3%); Acre 93,4%); Paraíba (93,6%); Bahia (93,7%); Pernambuco (93,8%); Rondônia (93,9%); Santa Catarina (94,0%); Espírito Santo (94,2%); Sergipe (94,2%); Amapá (94,2%); Goiás(94,4%); Tocantins (94,5%); e Maranhão (94,9%).

Redes de ensino

Nos três níveis da educação básica (infantil, fundamental e médio) há amplo predomínio da rede pública, seguindo o preceito constitucional de garantia de educação básica gratuita pelo Estado, a partir dos 4 anos de idade. No ensino superior, a situação se inverte. No estado de Mato Grosso, em 2023, o percentual de estudantes que frequentavam instituições públicas na educação infantil na creche, na pré-escola, ensino fundamental e médio era de 89,0%, 87,9%, 89,9%, 93,4%, respectivamente. Somente no ensino superior, a rede privada atendeu a maioria dos estudantes de graduação (70,2%).

A participação na rede privada, de modo geral, está associada a rendimentos mais elevados nas três etapas da educação básica: educação infantil, ensino fundamental e ensino médio. É interessante observar que todos os Municípios das Capitais apresentam maior proporção de estudantes da educação básica na rede privada, especialmente da creche, destacada a seguir, em comparação com as respectivas Unidades da Federação, refletindo, entre outros fatores, maior capacidade de seus moradores para arcar com os custos do ensino privado (Gráfico 1).

Taxa de analfabetismo e nível de instrução

O Plano Nacional de Ensino - PNE estabelece, em sua Meta 9, o objetivo de erradicar o analfabetismo na população com 15 anos ou mais até 2024. Em Mato Grosso, dados da PNAD Contínua de 2023 indicam que a taxa de analfabetismo para essa faixa etária era de 4,5%. Esse índice representa uma redução de 1,1 p.p em comparação a 2019, quando a taxa era de 5,6%, e uma queda de 0,4 p.p em relação a 2022, quando o índice registrado foi de 4,9%.

Assim como a taxa de analfabetismo, o nível de instrução alcançado pela população adulta de um País é um legado do investimento em educação feito em décadas passadas. Em Mato Grosso, segundo os dados do módulo ampliado de Educação da PNAD Contínua 2023, o percentual de pessoas com 25 anos ou mais anos de idade que não haviam concluído a educação básica obrigatória, direito constitucional assegurado pelo Estado brasileiro a todos os cidadãos, era de 46,9%, sendo que 32,6% não haviam concluído o ensino fundamental, e 14,3% não haviam concluído o ensino médio. Somente 19,2% das pessoas dessa faixa etária haviam concluído o ensino superior, e 33,9% completaram o ensino médio (Tabela 5).

Por fim, a Meta 8 do PNE tem como objetivo elevar o nível de instrução de jovens com idade de 18 a 29 anos para, no mínimo, 12 anos de estudo até 2024. Em 2023, a proporção de jovens dessa faixa etária em Mato Grosso que concluíram, no mínimo, 12 anos de estudo foi de 69,5%, ou seja, 5,2 p.p acima da mesma proporção medida em 2019 (64,3%), e 2,3 p.p a mais que a medida em 2022 (67,2%), mas ainda longe dos 100% almejados pela Meta 8.

Condições de saúde

Envelhecimento da população

É possível, a partir das estatísticas populacionais dos três últimos Censos Demográficos no Brasil, identificar o envelhecimento da população. Em Mato Grosso, no ano de 2000, o grupo de idade com maior participação foi de 10 a 14 anos, correspondendo a 10,92% da população (5,58% de homens e 5,34% de mulheres). Em 2010, o grupo de maior participação foi o de 20 a 24 anos de idade, que totalizava 9,42% sendo 4,8% de homens e 4,62% de mulheres. Em 2022, o maior percentual foi da população de 35 a 39 anos de idade, que alcançou 8,31%, subdividido em 4,17% para homens e 4,14% para mulheres.

Número de óbitos e taxa de mortalidade

Em 2019, ocorreram 18.341 mil óbitos em Mato Grosso. Nos anos de pandemia de COVID-19, atingiu-se 23.397 mil em 2020, 28.623 mil em 2021, 21.731 mil em 2022 e 21.777 mil em 2023.

A taxa de mortalidade bruta em Mato Grosso de 2019 a 2023 aponta o impacto da pandemia do novo coronavírus na saúde da população com crescimentos expressivos dessa estatística em 2020 e 2021. Obtida pelo número de óbitos dividida pela população, essa taxa aumentou de 5,16 para 5,76 entre 2019 e 2023.

Mais sobre a pesquisa

A Síntese de Indicadores Sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2024, sistematiza informações sobre a realidade social e as condições de vida da população brasileira.

O estudo traz indicadores de 2012 a 2024 sobre a estrutura econômica e mercado de trabalho; padrão de vida e distribuição de rendimentos (incluindo linhas de pobreza), condições de moradia; educação; e condições de saúde. Os recortes geográficos incluem grandes regiões, unidades da federação e, em alguns indicadores, municípios das capitais. Nesta edição, foram apresentadas novas análises, como a de indicadores de condições de vida segundo estratos geográficos, que os abordam de forma mais granular no território; a de condições de moradia segundo situação de pobreza monetária; entre outras.





Postar um novo comentário





Comentários

Comente esta notícia








Copyright © 2018 Folhamax - Mais que Notícias, Fatos - Telefone: (65) 3028-6068 - Todos os direitos reservados.
Logo Trinix Internet