Victor Ostetti/MidiaNews
O Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT) apresentou na última sexta-feira (9) os memoriais finais relativos à ação penal que tem como réus Antônio Gomes da Silva, Hedilerson Fialho Martins Barbosa e Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas. Eles são suspeitos de serem, respectivamente, autor dos disparos, intermediador e financiador do assassinato do advogado Roberto Zampieri, executado a tiros em dezembro de 2023, no bairro Bosque da Saúde, próximo ao seu escritório.
Roberto Zampieri foi assassinado na noite do dia 5 de dezembro de 2023, em frente ao seu escritório no bairro Bosque da Saúde, na Capital. Ele estava dentro de uma picape Fiat Toro quando foi atingido pelo executor com diversos tiros de pistola calibre 9 milímetros. O atirador, identificado como Antônio Gomes da Silva, de 56 anos, foi preso na cidade de Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte (MG).
Também foram presos o instrutor de tiro, Hedilerson Fialho Martins Barbosa, suspeito de intermediar o crime, e dono da arma usada no crime, além do coronel do Exército, Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, que teria financiado o homicídio. O empresáiro e fazendeiro Aníbal Manoel Laurindo foi apontado pelos investigadores como sendo o mandante do assassinato do advogado Roberto Zampieri. A motivação seria uma disputa de terra, na qual perderam uma fazenda, no valor de R$ 100 milhões, em Paranatinga
Na petição, o MP-MT aponta que o autor dos disparos teria ido até o escritório de advocacia da vítima, com o intuito de contratar os serviços do jurista. Ele chegou a inventar uma história de que queria uma consultoria do advogado para criação de gado para produção de um tipo específico de leite, que na verdade, seria industrializado e não natural.
“Após estarem devidamente ajustados, Antônio Gomes, em novembro de 2023, se dirigiu até esta cidade e procurou a vítima sob o falso pretexto de contratar seus serviços profissionais, relatando que teria um sobrinho que residia no Texas (EUA) e que ele tencionava adquirir uma propriedade rural para criar vacas que produzissem leite “Nan”. Inobstante tenha se apresentado com seu nome verdadeiro e inclusive declinando seu real terminal telefônico, fez questão de adotar um esdrúxulo disfarce, se apresentando como capelão, mancando e fazendo uso de uma bengala”, diz trecho da petição.
Ao pedir a pronúncia do trio, o MP-MT destacou que o acervo probatório juntado aos autos comprova a autoria do homicídio triplamente qualificado contra o advogado. Foi ressaltado ainda que a morte de Zampieri só se deu após um somatório de esforços de todos os acusados, cada um deles desempenhando uma determinada tarefa, contribuindo assim para a execução do crime. Para o MP-MT, os elementos apurados são o suficiente para levar o trio ao plenário do júri.
“Ante o exposto, o MP-MT requer seja julgado procedente a denúncia, a fim de pronunciar os acusados Antônio Gomes da Silva, Hedilerson Fialho Martins Barbosa e Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, como incursos nas sanções do artigo 121, incisos I (mediante paga e promessa de recompensa), IV (recurso que dificultou a defesa da vítima) e VII (emprego de arma de fogo de uso restrito), com artigo 29 (concurso de agentes)”, diz a petição.
ROBERTÃO
Segunda-Feira, 12 de Agosto de 2024, 13h42