Se nos próximos dias você receber um convite nas redes sociais para responder a uma pesquisa de opinião não se preocupe, não é fake news. Fundado há 16 anos, o Instituto MT Dados está iniciando um estudo para, no futuro, realizar pesquisas quantitativas de opinião com coleta híbrida das opiniões.
A pesquisa que o instituto mato-grossense lança esta semana, em Cuiabá, é a primeira fase desse estudo e trata-se de uma metodologia pioneira no Brasil. “Percebemos que, hoje, uma parcela da população é inalcançável pelos métodos tradicionais de coleta de dados, especialmente pelo que chamamos de pesquisa face a face. Os eleitores de poder aquisitivo mais elevado estão inacessíveis, vivem em condomínios, verticais ou horizontais, e não são alcançáveis pelos entrevistadores nas ruas. É um público que só pode ser alcançado pelas redes sociais”, explica o CEO do MT Dados, Gonçalo Barros.
Na primeira etapa, o MT Dados realiza simultaneamente dois estudos complementares, um feito com entrevistas face a face e outro apenas com entrevistas obtidas por meio das redes sociais. Os resultados serão ponderados de acordo com o perfil da população, segundo dados do IBGE e do TSE, e comparados para efeito de aferição.
Diferentemente da entrevista face a face, quando um pesquisador treinado aborda diretamente o entrevistado, na entrevista on line, via rede social, o entrevistado vai se deparar com um card, uma espécie de anúncio, no seu Instagram ou Facebook, e terá a oportunidade de responder à pesquisa, sem qualquer interferência de uma terceira pessoa.
“Se a pesquisa on line permite chegar a um eleitor inacessível aos entrevistadores, a pesquisa face a face é fundamental para atingir a base da sociedade, em alguns segmentos menos familiarizados com as redes”, explica o CEO da MT Dados. “Dessa coleta híbrida, será possível, com a ponderação dos dados levantados, realizar estudos mais abrangentes e precisos”, completa Gonçalo.
Para evitar a duplicidade nas respostas, a plataforma que recebe e sintetiza os dados utiliza um algoritmo que filtra e exclui um mesmo entrevistado que tente responder a pesquisa mais de uma vez. Atualmente, alguns institutos já realizam pesquisas exclusivamente com entrevistas feitas por meio das redes sociais, caso do Atlas/Intel.
Já a coleta híbrida de opiniões começa a ser avaliada e está em fase de testes como uma alternativa para resolver questões relacionadas ao acesso e aos novos hábitos de informação e participação, a partir do crescimento exponencial das redes sociais. De acordo com Gonçalo Barros, além de ampliar o acesso à população, a pesquisa on line tem um segundo efeito importante.
A abordagem via redes sociais pode evitar que o entrevistado se sinta constrangido diante do pesquisador, quando uma pesquisa trata de temas mais sensíveis. “Sem a presença do pesquisador, a pessoa se sente mais à vontade para dar a sua opinião. Os resultados são totalmente sigilosos, sem q