Cidades Sábado, 29 de Janeiro de 2022, 11h:40 | Atualizado:

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HISTÓRIA TRÁGICA

Mulher procura filha desaparecida há 46 anos; ela só guarda memórias

É uma agulha no palheiro. Muita gente vem me ajudando", diz ela sem desistir

VITÓRIA LOPES
Gazeta Digital

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mulher procura filha

 

Rose Dias, dona de uma vendinha em Cuiabá, conta apenas com a memória para encontrar sua filha, Alessandra Rosa Dias. A memória que afaga é a mesma que apedreja, já que Rose nunca mais teve notícias do paradeiro da filha, que completa 46 anos em abril.

“É um passado que não passou. Muitas coisas passaram, mas a história da minha filha não. Isso é o que eu vivo todos os dias da minha vida”, disse Rose ao GD. Em um longo desabafo, que chegou a publicar nas redes sociais em busca de ajuda, ela conta a história de como perdeu a criança.

De acordo com Rose, ela saiu de casa ainda adolescente. Dias depois, se arrependeu da decisão e tentou retornar para casa. Porém, seu pai não a aceitou de volta. Sem ter para onde ir ou como se sustentar, ela acabou parando em uma casa de prostituição.

Na época, a casa se chamava Boate da Tia Francina e ficava atrás da fábrica da Coca-Cola, próximo ao Zero KM, em Várzea Grande. O local ainda é conhecido pelas casas de prostituição. Mas a boate em que trabalhou fechou há muitos anos.


Rose mudou seu nome para Juvercina Rosa Dias e assim que entrou na boate, se envolveu com drogas. Sua filha nasceu no dia 18 de abril de 1976, em Cuiabá. “Eu procuro a minha filha a vida toda. Quando ela estava com 4 meses de vida, eu fiquei muito ruim dopada de drogas, que fez com que eu inconsciente desse ela a uma mulher, que lavava roupa para a boate, inclusive a minha”, disse. Rose não se lembra do nome da mulher.

Quando passou o efeito da droga, ela se desesperou com o que tinha feito e tentou tirar a própria vida. Após tomar veneno, foi hospitalizada no Pronto-Socorro de Várzea Grande por uma semana.

Ao sair do hospital, ela imediatamente começou a procurar Alessandra. No entanto, não teve sucesso em encontrar tanto a criança, como a moça que lavava roupa. “Tentei ver se consegui uma aproximação de novo. Mas eu não tinha muitas lembranças, não sabia o nome da mulher. É como se eu tivesse escrito uma página, pegado uma borracha e apagado”, lamenta.

Algumas pessoas tentaram até ajudar Rose, mas se aproveitaram da situação e cobraram para isso. “Tinha um advogado que disse que ia me ajudar, mas logo cobrou por isso. Eu era uma criança ainda, não tinha dinheiro e era usuária de droga. Não sabia o que estava fazendo”.

Frustrada e novamente sem ter para onde ir, Rose foi para o Rio de Janeiro, morar com a madrinha da sua filha. Inclusive, a madrinha se chamava Elena e era sobrinha da “Tia Francina”, a dona da boate.

Dois anos depois, ela retornou para a capital mato-grossense. E desde então, nunca mais parou a busca por Alessandra. O problema é que Rose não tem documentos e a própria Tia Francina veio a falecer.

“É uma agulha no palheiro. Muita gente vem me ajudando, conheci várias pessoas, até fazer exame eu fiz. Quase entrei em depressão, só não entrei ainda porque busquei muito Deus”, disse.

Além da memória, ela tem duas fotos com a filha, que usou para fazer seu desabafo em 2020. A publicação de Rose já tem mais de 1,6 mil compartilhamentos. Contudo, ela afirma que até hoje não recebeu sequer uma dica sobre onde está a filha.

Um dos apelos de Rose é para a mulher que cuidou de sua filha. Ela é muito grata por isso. “Eu peço para esta senhora que levou minha filha, que se for possível me procure, pois na verdade quero até agradecer ela por ter criado minha filha. Eu quero encontrar minha filha, pelo amor de Deus, me entenda eu tinha 16 anos, uma criança”.

Quem tiver alguma pista do paradeiro da filha de Rose ou quiser ajudar, pode entrar em contato pelo telefone (65) 993404141.





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Comentários (1)

  • Pastor Hosgay

    Sábado, 29 de Janeiro de 2022, 21h35
  • Todos os dias surgem inumeras ROSE DIAS em bairros perifericos de Cuiabá e adjacencias.
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